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    Guterres vai a Gaza e chama fila com 7 mil caminhões parados com ajuda de 'ultraje moral'

    Secretário-geral da ONU, António Guterres foi a Rafah, na fronteira entre o Egito e a Faixa de Gaza, e descreveu o cenário como "mais do que trágico"

    Reuters I Reprodução (Vatican News) (Foto: Reuters I Reprodução (Vatican News) )

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    Sputnik - Neste sábado (23), o secretário-geral da ONU António Guterres foi a Rafah, na fronteira entre o Egito e a Faixa de Gaza, e disse que dezenas de caminhões na entrada para o enclave estacionados sem poder entrar é "mais do que trágico".

    Chegou a hora de Israel assumir um "compromisso férreo" de acesso irrestrito aos bens humanitários em toda Gaza, afirmou o chefe das Nações Unidas, segundo a Reuters.

    "Aqui, nesta travessia, vemos a tristeza e a crueldade de tudo isso. Uma longa fila de caminhões de socorro bloqueados de um lado dos portões, a longa sombra da fome do outro. Isso é mais do que trágico. É um ultraje moral", afirmou Guterres.

    Antes da sua paragem na fronteira, Guterres desembarcou em Al-Arish, no norte do Sinai, no Egito, onde grande parte da ajuda internacional para Gaza é entregue e armazenada.

    Ao recebê-lo, o governador regional, Mohamed Shousha, disse que cerca de sete mil caminhões aguardavam no Sinai do Norte para entregar ajuda a Gaza, mas que os procedimentos de inspecção exigidos por Israel atrasaram o fluxo de ajuda.

    Tel Aviv, que prometeu destruir o Hamas, manteve fechadas todas as suas passagens terrestres para o enclave, exceto uma. Abriu a sua passagem Kerem Shalom perto de Rafah no final de dezembro e nega as acusações do Egito e das agências humanitárias das Nações Unidas que atrasou a entrega de ajuda humanitária.

    Mas os humanitários dizem que apenas cerca de um quinto da quantidade necessária de fornecimentos entrou no enclave, e que a única forma de satisfazer as necessidades é acelerar rapidamente as entregas por estrada.

    Em comentários feitos posteriormente a jornalistas, Guterres também reforçou os apelos internacionais contra uma operação terrestre na cidade de Rafah.

    "É extremamente duvidoso qualquer programa bem-sucedido para fornecer segurança e proteção à população de Rafah quando essa segurança e proteção não existem em todo o território de Gaza", disse ele.

    Em Gaza, os combates ocorreram no sábado (23) em torno do principal hospital do enclave, onde Israel afirma ter matado mais de 170 homens armados em uma extensa operação que, segundo o Ministério da Saúde palestino, também resultou na morte de cinco pacientes.

    Mais de 32 mil pessoas foram mortas pela campanha militar de Israel em Gaza, muitas delas mulheres e crianças, segundo as autoridades de saúde locais. Israel lançou o ataque em resposta a um ataque do Hamas no qual cerca de 1.350 pessoas foram mortas e mais de 250 feitas reféns, segundo dados israelenses.

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