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    Hamas: quem são eles e por que desafiam Israel?

    O Hamas opera tanto como uma entidade militante quanto uma força social na Palestina

    Hamas (Foto: Reuters)

    247 - Neste sábado (7), Mohammad Deif, Comandante-Chefe das Brigadas al-Qassam, ala militar do Hamas, anunciou o lançamento da Operação  Inundação Al-Aqsa após uma saraivada de foguetes disparados e uma operação de infiltração nos assentamentos do Envelope de Gaza.

    O Exército israelense então confirmou que o Hamas assumiu o controle dos assentamentos no Envelope de Gaza. Os meios de comunicação também relataram que o Hamas conseguiu assumir o controle de sete assentamentos israelenses, à medida que se espalhavam imagens de colonos correndo em pânico durante a Operação.

    De acordo com a mídia israelense, as sirenes de alerta Vermelho foram ativadas em Tel Aviv, a cerca de 70 quilómetros da Faixa de Gaza, bem como em Sde Boker, Arad e Dimona, no sul, também a mais de 70 quilómetros de distância. Mais tarde, foguetes foram disparados contra Jerusalém.

    O saldo dos ataques até o momento é trágico. Mais de 250 israelenses morreram e pelo menos mil ficaram feridos nos ataques promovidos pelo grupo palestino. Em resposta, as forças armadas de Israel agiram de forma imediata e dura contra a população de Gaza, levando à morte de mais de 230 pessoas e causando ferimentos em 1600, de acordo com as autoridades de saúde locais.

    O que representa o Hamas? E por que ele entra em confronto com Israel? - O Hamas opera tanto como uma entidade militante quanto uma força social na Palestina. O movimento de libertação nacional, fundado em 1987,se tornou uma das mais influentes organizações palestinas, especialmente na Faixa de Gaza. Com suas origens ideológicas ligadas à Irmandade Muçulmana, movimento nascido no Egito nos anos 1920 que inspirou vários grupos islâmicos radicais, incluindo a Al-Qaeda, o Hamas carrega uma postura firmemente contrária à existência de Israel e à geopolítica dos Estados Unidos. 

    A carta fundadora do Hamas é taxativa ao não reconhecer Israel. Isto é ilustrado em seu emblema, que destaca o Domo da Rocha, em Jerusalém, ladeado por bandeiras palestinas e delineia um Estado palestino que abrange toda a área de Israel.

    Oficialmente, o objetivo do grupo é obter a "libertação da terra palestina, Jerusalém e dos locais sagrados islâmicos e cristãos". Segundo a descrição oficial do Hamas, todos os tipos de "resistência legítima" são praticados para acabar com as opressões e injustiças impostas por Israel, e é "direito do Hamas resistir por todos os meios, incluindo a resistência armada, garantidos por leis divinas e internacionais".

    Apesar de sua conhecida posição militante, o Hamas não se limita a ações armadas. O grupo tem um braço social, chamado Dawah, responsável por uma série de serviços sociais. Estes incluem escolas, orfanatos, restaurantes comunitários e clubes esportivos, especialmente concentrados na empobrecida e densamente povoada Faixa de Gaza. Em contrapartida, na Cisjordânia, a governança está nas mãos do partido Al Fatah, sob a liderança de Mahmud Abbas.

    O Hamas, em sua definição de legítima defesa, tem perpetrado ataques contínuos a Israel. Nos últimos anos, travou cinco confrontos intensos com as Forças Armadas israelenses: 2008-09, 2012, 2014, 2021 e, recentemente, em 2023.

    O Hamas, embora não seja reconhecido como uma organização terrorista pelo Brasil, é classificado desta maneira por países como Israel, EUA, Canadá, Japão, Reino Unido e todos os membros da UE.

    O Hamas conta com o apoio principalmente de nações como Irã e Catar. Este último destaca-se como um dos maiores financiadores. O Irã também surge como um importante sustentáculo do Hamas. Uma parcela do apoio financeiro iraniano era redirecionada através do Hezbollah, grupo militante sediado no Líbano.

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