Irã alerta que expansão da guerra em Gaza é “inevitável"

Reuters - O Irã alertou que a escala do sofrimento civil causada pela guerra de Israel contra os palestinos levaria inevitavelmente a uma expansão do conflito, já que autoridades em Gaza relataram ataques aéreos israelenses em ou perto de vários hospitais no enclave palestino.

Os comentários do Ministro das Relações Exteriores iraniano, Hossein Amir-Abdollahian, podem aumentar as preocupações sobre se os esforços diplomáticos de Washington e o envio de forças navais dos EUA para o Mediterrâneo Oriental serão capazes de evitar que o conflito desestabilize ainda mais o Oriente Médio.

“Devido à expansão da intensidade da guerra contra os residentes civis de Gaza, a expansão do âmbito da guerra tornou-se inevitável”, disse Amir-Abdollahian ao seu homólogo do Catar, Xeque Mohammed Bin Abdulrahman Al Thani, na noite de quinta-feira (9).

O bombardeio e o cerco de Israel a Gaza no último mês criaram uma catástrofe humanitária, com milhares de pessoas a procurarem tratamento médico e abrigo nos poucos hospitais ainda abertos, e aqueles que se encontram na zona de combate a operarem em grave perigo.

“A ocupação israelense lançou ataques simultâneos contra vários hospitais durante as últimas horas”, disse o porta-voz do Ministério da Saúde de Gaza, Ashraf Al-Qidra, à televisão Al Jazeera.

Qidra disse que um ataque israelense atingiu um pátio do hospital Al Shifa, o maior da Cidade de Gaza, causando vítimas, mas não forneceu detalhes. Israel disse que o Hamas escondeu centros de comando e túneis sob Al Shifa, e outros hospitais, como o Hospital Indonésio, alegações que o Hamas nega.

Os militares de Israel não comentaram diretamente a declaração de Qidra, que a Reuters não pôde verificar de forma independente, mas disseram que não tem como alvo civis. 

O Irã apoia o Hamas, mas diz que não desempenhou qualquer papel no ataque dos militantes contra Israel no mês passado. O Irã também apoia o Hezbollah, um grupo militante libanês que tem laços profundos com o Hamas e a Jihad Islâmica, outra facção palestina em Gaza que também é apoiada pelo Irã.