Irã reafirma compromisso com a diplomacia, mas alerta que paciência tem limites
Governo iraniano insiste na revitalização do acordo nuclear de 2015
Prensa Latina - O Irã reiterou nesta segunda-feira (1), sua abordagem diplomática para reativar o pacto nuclear de 2015, mas deixou claro que sua paciência tem limites, conforme afirmou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Naser Kanani. 'O Irã anuncia repetidamente seu compromisso com a via diplomática. Seguimos esse caminho, mas não esperaremos indefinidamente pelos Estados Unidos, pois o cumprimento mútuo do acordo requer o comprometimento de ambas as partes', enfatizou. O porta-voz iraniano negou qualquer negociação direta com o governo de Washington e indicou que os diálogos com as partes americanas ocorrem de forma indireta e mediados por terceiros. Ele reafirmou que o acordo aceito pelo Irã é o de 2015, conhecido oficialmente como Programa Integral de Ação Conjunta (PIAC), o qual o Irã cumpriu integralmente até o momento. Kanani afirmou que Teerã está trabalhando incansavelmente para neutralizar as sanções ilegalmente reintroduzidas por Washington contra a nação persa após sua retirada abrupta do PIAC.
A Casa Branca decidiu unilateralmente sair do acordo PIAC em 2018, durante a administração do então presidente Donald Trump. Segundo o diplomata, a situação atual decorre da falta de determinação séria por parte do governo americano em retornar de forma responsável ao pacto. Além disso, o porta-voz rejeitou as acusações infundadas dos Estados Unidos contra seu país sobre armas de destruição em massa, incluídas no recentemente publicado relatório anual de Washington. Kanani lembrou que o Irã é a maior vítima dessas armas, especialmente na guerra imposta pelo Iraque durante a ditadura de Saddam Hussein (1980-1988), que contou com o apoio de países ocidentais.
O Irã é um membro comprometido do Tratado de Não Proliferação e assinou e implementa um acordo de salvaguardas com a Agência Internacional de Energia Atômica. As autoridades iranianas afirmaram repetidamente que as armas nucleares não desempenham nenhum papel em sua doutrina militar, rejeitando qualquer uso dessas armas de destruição em massa. Desde o início de 2021, o Irã participou de rodadas de negociações em Viena, na Áustria, com o Grupo 4+1, composto pelo Reino Unido, França, Rússia e China, mais a Alemanha, sem um resultado tangível para encerrar a espera.
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