"Israel está considerando 'método Leningrado' para isolar e enfraquecer o Hamas em Gaza", diz jornalista

(Sputnik) - Israel está debatendo a possibilidade de utilizar a "abordagem Leningrado" para isolar e enfraquecer os combatentes do Hamas na Faixa de Gaza e, assim, evitar uma invasão terrestre. No entanto, essa ação poderia resultar na morte de cerca de 100.000 residentes, relatou o jornalista investigativo americano Seymour Hersh, citando um veterano da segurança nacional israelense.

"O grande debate hoje... é se devemos isolar e enfraquecer o Hamas ou matar até 100.000 pessoas em Gaza", disse a fonte a Hersh. "Hamas agora só tem um suprimento de dois ou três dias de água purificada e isso, junto com a falta de comida... pode ser suficiente para expulsar todas as forças do Hamas."

Na segunda-feira, Israel anunciou um completo bloqueio de Gaza, interrompendo o fornecimento de comida, água, medicamentos, combustível e eletricidade. A situação em Gaza já estava crítica devido aos ataques aéreos contínuos em locais civis, incluindo mesquitas, hospitais, instituições educacionais e edifícios residenciais.

Hersh citou a fonte dizendo que acredita-se que as forças do Hamas vivam principalmente subterrâneas, por isso a abordagem Leningrado evitaria o potencialmente difícil e dispendioso ataque terrestre que envolveria combate prédio por prédio.

O Primeiro-Ministro israelense Benjamin Netanyahu e a liderança militar do país não têm confiança de que suas forças possam lidar com uma ofensiva terrestre em Gaza, dado que muitos não foram treinados para combate e foram usados principalmente como guardas de segurança na Cisjordânia, disse a fonte.

A abordagem Leningrado também pode forçar o Hamas a libertar algumas mulheres e crianças israelenses que foram feitas reféns em troca de suprimentos, disse a fonte.

A situação é altamente instável e imprevisível, e Israel pode decidir avançar com uma invasão terrestre geral, disse a fonte.

Cerca de 360.000 reservistas têm passado por treinamento intensivo desde que foram convocados e Israel poderia decidir sua estratégia militar até o final da semana, acrescentou a fonte.