Israel intensifica ataques à Faixa de Gaza
Há relatos de numerosos corpos nas ruas
Prensa Latina - Pelo menos 16 palestinos morreram e dezenas ficaram feridos nesta quarta-feira (9), após novos bombardeios israelenses contra diversas áreas da Faixa de Gaza, onde o Exército intensificou as operações terrestres, especialmente no norte.
Fontes médicas relataram que nove membros de uma família perderam a vida depois que uma casa foi atacada no bairro de Shujaiya, no norte da cidade de Gaza.
Três outras pessoas morreram num incidente semelhante no campo de refugiados de Nuseirat, o centro da Faixa de Gaza, e mais quatro no campo de refugiados vizinho de Bureij.
No âmbito das suas operações no norte do território, na terça-feira o Exército ordenou a evacuação forçada do hospital Kamal Adwan no prazo de 24 horas, o que gerou protestos internacionais.
As estações de televisão regionais mostraram imagens de intenso fogo de artilharia e de veículos blindados israelitas nas imediações daquele centro médico.
Segundo várias fontes, no dia anterior os militares destruíram a única padaria que ainda funcionava no norte de Gaza, no campo de refugiados de Jabalia.
Há relatos de numerosos corpos nas ruas daquela cidade, mas é impossível recolhê-los devido à recusa das Forças Armadas em permitir a entrada de salva-vidas e da Sociedade do Crescente Vermelho.
Na terça-feira à noite a Defesa Civil de Gaza denunciou o cerco israelense à região norte e os ataques maciços perpetrados desde a semana passada, especialmente contra Jabalia e as cidades de Gaza, Beit Lahia e Beit Hanon.
No mês passado, a Khan Broadcasting Corporation revelou que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, estudou um projeto para remover à força a população palestina do norte da Faixa.
Segundo a fonte, durante uma reunião à porta fechada da Comissão de Negócios Estrangeiros e Defesa no Knesset (Parlamento), Netanyahu disse que o plano era muito lógico.
É uma das iniciativas que estamos a considerar, mas há muitas outras para desmantelar o controlo civil do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), disse o político de direita.
O projeto é conhecido como Plano do General porque foi preparado por altos funcionários reformados do Exército, incluindo Giora Eiland, antigo chefe do Conselho de Segurança Nacional.
Muitos ministros israelenses e membros do parlamento apoiaram publicamente o restabelecimento de colônias em Gaza nos últimos meses, ao qual se opõem a ONU e a comunidade internacional.
O jornal Haaretz revelou em agosto que Netanyahu planeia manter o Exército na Faixa depois do fim do conflito e do início da colonização judaica no norte.
“A ocupação (de Gaza) é o objetivo pelo qual Netanyahu luta, mesmo ao custo da morte dos reféns restantes (israelenses) e com o risco de uma guerra regional”, afirmou Aluf Benn, editor-chefe do jornal.
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