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    Israel viola soberania brasileira e promove fuga de soldado procurado no Brasil por crimes de guerra, diz Fepal

    Entidade palestina exige resposta do governo brasileiro após ação diplomática de Tel Aviv para proteger militar acusado de crimes de guerra

    Soldado Yuval Vagdani, procurado pela Justiça Federal por crimes de guerra na Faixa de Gaza (Foto: Reprodução/Redes Sociais)
    Redação Brasil 247 avatar
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    247 - A Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal) acusou Israel de violar a soberania brasileira ao facilitar a fuga do soldado Yuval Vagdani, procurado pela Justiça Federal por crimes de guerra na Faixa de Gaza. A denúncia foi reforçada após a confirmação de que o governo israelense, por meio de sua embaixada no Brasil, auxiliou na saída do militar, que estava em turismo na Bahia, na última semana.

    Vagdani, membro do batalhão Givati das Forças Armadas de Israel, é acusado de participar da demolição de um quarteirão residencial em Gaza, em 2024, utilizando explosivos fora de contexto de combate. A ação teria destruído abrigos de civis palestinos deslocados pela escalada de violência iniciada em outubro de 2023. A Justiça brasileira determinou sua investigação após um pedido da Fundação Hind Rajab (HRF), que apresentou provas obtidas por inteligência de fontes abertas, incluindo vídeos e geolocalizações.

    Resposta da Fepal: "Grave violação da soberania"

    O presidente da Fepal, Ualid Rabah, classificou o episódio como um "ataque direto à soberania brasileira". Segundo ele, a ação diplomática israelense configura um desrespeito grave às instituições nacionais. “Houve uma ofensa severa à soberania do Estado brasileiro por um regime investigado por genocídio, crimes de guerra, apartheid e colonialismo. Isso tem implicações graves”, afirmou.

    Rabah cobrou uma resposta enérgica do governo brasileiro, sugerindo que o embaixador de Israel seja convocado para consultas e que o corpo diplomático israelense no país seja investigado. Ele também defendeu a aplicação do Estatuto de Roma, do qual o Brasil é signatário, para garantir que cidadãos israelenses acusados de crimes de guerra possam ser julgados internacionalmente.

    De acordo com a Fepal, a fuga de Vagdani foi facilitada pela falta de retenção de seu passaporte, mesmo após a decisão judicial. A entidade levantou suspeitas de vazamento de informações sigilosas para o governo israelense, o que teria permitido a saída rápida do militar. “Seguramente quem trabalhou nisso, além de Tel Aviv, foi sua embaixada e todo o seu corpo diplomático no Brasil. Portanto, o Brasil deve, no mínimo, chamar para consultas o embaixador de ‘israel’, censurá-lo e, eventualmente, investigar a totalidade da participação neste crime contra a soberania brasileira e expulsar a totalidade do corpo diplomático ‘israelense’.”

    “É essencial investigar os agentes públicos que podem ter colaborado ou negligenciado no cumprimento da ordem judicial, permitindo a fuga”, destacou Rabah.

    Além disso, a entidade propôs que o Brasil investigue sistematicamente israelenses que visitem o país, com o objetivo de identificar possíveis conexões com crimes de guerra. “O governo brasileiro deveria impedir a entrada de acusados, aplicar sua legislação e notificá-los ao Tribunal Penal Internacional”, afirmou o presidente da Fepal.

    A reação de Tel Aviv ao caso foi marcada por declarações polêmicas. O deputado israelense Dan Illouz, do partido de extrema-direita Likud, ameaçou o Brasil por sua postura em defesa do direito internacional. “O Brasil se tornou um Estado patrocinador de terroristas [...] pagará o preço se não mudar sua conduta”, declarou.

    Para Rabah, essas ameaças são uma tentativa de desestabilizar a política brasileira. Ele destacou que o governo deveria investigar a ação do regime israelense no país, além de emitir uma ordem de captura internacional via Interpol contra Vagdani.

    Repercussão internacional

    A fuga de Vagdani também gerou críticas de organizações internacionais. Francesca Albanese, especialista em direitos humanos da ONU, ressaltou a urgência de responsabilizar israelenses envolvidos em crimes em Gaza. “No Brasil e em qualquer lugar, ações legais contra suspeitos de crimes de guerra são necessárias e urgentes”, declarou.

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