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Jornal israelense condena plano de Netanyahu para Gaza

“A ocupação (de Gaza) é o objetivo pelo qual Netanyahu luta, mesmo ao custo da morte dos restantes reféns israelenses

Benjamin Netanyahu e Faixa de Gaza após ataque de Israel (Foto: ABR | Reprodução/AlJazeera)

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Prensa Latina - O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, planeja manter o Exército na Faixa de Gaza depois que o conflito terminar e começar a colonização judaica no norte daquele território palestino, alertou nesta quinta-feira (22) hoje o jornal Haaretz.

“A ocupação (de Gaza) é o objetivo pelo qual Netanyahu luta, mesmo ao custo da morte dos reféns restantes (israelenses) e com o risco de uma guerra regional”, Aluf Benn, editor-chefe do jornal. 

Salientou que o chefe do Governo quer manter os corredores Netzarim e Filadélfia sob controle militar.

A primeira foi criada durante a atual guerra para dividir o enclave costeiro em dois e a segunda é uma faixa de terra palestiniana com 100 metros de largura e 14,5 quilómetros de comprimento que corre paralela à fronteira entre o Egito e Gaza.

Benn lembrou que esta semana Netanyahu descreveu ambos os eixos como um recurso estratégico que proporciona segurança ao país.

Embora a questão dos israelitas capturados pelas milícias palestinianas seja considerada uma questão central nesta nação, o político de direita vê a questão como “uma fonte de danos mediáticos, uma ferramenta para disputas nas mãos dos seus oponentes e uma distração do objectivo”. : a ocupação de Gaza”, disse o jornalista.

Controlar o Corredor de Filadélfia permite a Israel cercar o território a partir dos seus três lados terrestres e isolá-lo do Egito, enquanto a manutenção do eixo Netzarim ajuda a continuar a expulsão dos palestinos da zona norte, lembrou.

“A direita israelita cobiça aquela região para colonatos judaicos, com as suas enormes capacidades imobiliárias, incluindo uma topografia confortável, vista para o mar e a sua proximidade com Tel Aviv e a sua região”, sublinhou.

Benn considerou que após a experiência de 57 anos de ocupação da Cisjordânia e de Jerusalém Oriental, este será um processo longo que exigirá muita paciência e capacidade de manobra diplomática.

O governo israelita não estabelecerá amanhã uma grande cidade judaica em Gaza, mas sim desenvolverá um plano após outro, observou ele.

Segundo esta visão, acrescentou, o sul de Gaza continuará sob o controle do Hamas, que será forçado a servir uma população que carece de tudo e estará sob permanente cerco israelita.

Netanyahu estima que depois das eleições presidenciais dos Estados Unidos, a influência dos manifestantes pró-palestinos na política norte-americana irá desaparecer, mesmo que a democrata Kamala Harris vença, disse o jornalista.

Se Donald Trump regressar à Casa Branca, o primeiro-ministro espera receber total liberdade da Casa Branca, alertou. 

“Durante a reunião governamental desta semana, Netanyahu repetiu o seu slogan eleitoral de 1996 contra os Acordos de Oslo, 'negociações, não concessões'. Isto significa em hebraico que uma zona ocupada não será devolvida, mesmo sob pressão internacional”, disse Benn.

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