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Líderes financeiros do G20 vão destacar "pouso suave" da economia global e alertar para riscos de guerra

Declaração será divulgada nesta sexta-feira, no encerramento do encontro dos ministros das finanças e banqueiros centrais do G20

Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante encontro do G20, em São Paulo 29/02/2024 REUTERS/Carla Carniel (Foto: REUTERS/Carla Carniel)

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Reuters - Os líderes financeiros do G20 dirão nesta sexta-feira que há uma probabilidade crescente de um "pouso suave" da economia global, mas alertarão que guerras e conflitos podem colocar em risco essa perspectiva, de acordo com o esboço final de comunicado conjunto visto pela Reuters.

A declaração será divulgada no encerramento do encontro dos ministros das finanças e banqueiros centrais do G20 das principais economias no Brasil, que usou sua presidência para se concentrar na redução das desigualdades econômicas.

No mês passado, o Banco Mundial previu que a economia global evitaria um terceiro declínio consecutivo no crescimento desde um grande salto pós-pandemia em 2021, com a expansão de 2024 se estabilizando em 2,6%, em linha com 2023, mas alertou que a produção geral permaneceria bem abaixo dos níveis anteriores à pandemia até 2026.

"Somos encorajados pela crescente probabilidade de um pouso suave da economia global, embora vários desafios permaneçam", diz o esboço, que será formalmente adotado ainda nesta sexta-feira.

"Os riscos de queda incluem guerras e conflitos crescentes", diz o esboço final.

Ao evitar menção explícita dos conflitos na Ucrânia e em Gaza, os diplomatas trabalharam para contornar as divergências entre a Rússia e as principais nações ocidentais que inviabilizaram um consenso na reunião dos chefes financeiros em fevereiro.

RECUPERAÇÃO DESIGUAL - Para amenizar o desacordo, o Brasil elaborou uma declaração da presidência sobre questões geopolíticas, enfatizando que esses assuntos serão tratados pelos líderes do G20 em novembro.

"A atividade econômica provou ser mais resiliente do que o esperado em muitas partes do mundo, mas a recuperação tem sido altamente desigual entre os países, contribuindo para o risco de divergência econômica", disse a versão final.

O documento apontou riscos para a perspectiva econômica que permanecem amplamente equilibrados, com desinflação mais rápida do que o esperado e inovações tecnológicas, como o desenvolvimento seguro da Inteligência Artificial (IA), citados entre os riscos de alta.

Mas, ao mesmo tempo, a tecnologia de IA também pode se tornar um risco negativo para o crescimento, segundo o documento, juntamente com a fragmentação econômica e a inflação persistente que mantêm as taxas de juros mais altas por mais tempo, eventos climáticos extremos e endividamento excessivo.

A mudança climática e a perda significativa de biodiversidade foram os principais tópicos de preocupação no documento, que alertou que, se as nações mais pobres tiverem que arcar com mais custos do combate à mudança climática, isso só irá piorar a desigualdade econômica global.

"Reiteramos o entendimento de que o custo da inação é maior do que o custo da ação", diz o esboço do comunicado.

O documento também intensificou a linguagem que pede uma reforma do Fundo Monetário Internacional, citando a "urgência e a importância do realinhamento das cotas para refletir melhor as posições relativas dos membros na economia mundial"

Um apelo para resistir ao protecionismo, embora pouco alterado em relação ao resumo da presidência do Brasil em fevereiro, foi separado como um parágrafo autônomo no esboço.

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