Lista de estrangeiros autorizados a deixar Gaza tinha apenas cidadãos de países alinhados a Israel

247 - A primeira lista de estrangeiros autorizados por Israel a deixarem a Faixa de Gaza priorizou cidadãos de países aliados. Apesar disso, cidadãos dos Estados Unidos, principal aliado israelense, não foram incluídos, gerando expectativas de que sejam incluídos no próximo lote.

Segundo o jornalista Valdo Cruz, do G1, diplomatas brasileiros teriam recebido “a informação de que uma nova lista pode ser divulgada nos próximos dois dias. O Brasil intensificou as negociações para que os mais de 30 brasileiros que querem deixar a Faixa de Gaza recebam essa autorização”. >>> Primeiros estrangeiros e palestinos feridos deixam Gaza rumo ao Egito. Brasileiros não são liberados

Ainda segundo a reportagem, além do Brasil, todos os demais países da América Latina, da África e a maioria dos países árabes, com exceção da Jordânia, não foram incluídos na lista divulgada por Israel. A primeira lista incluiu nacionais de Austrália, Áustria, Bulgária, Finlândia, Indonésia, Jordânia, Japão, República Tcheca, além de  funcionários da Cruz Vermelha e ONGs. >>> Governo federal resgata mais 33 brasileiros que estavam na Cisjordânia

Também nesta quarta-feira, o governo brasileiro resgatou, por meio da Operação Voltando em Paz,  33 brasileiros de 12 famílias que estavam na região da Cisjordânia. A ação já repatriou 1.446 passageiros em nove voos vindos de Israel e Jordânia. O esforço inclui 1.443 brasileiros, três bolivianas e 53 animais de estimação.

Fontes revelaram à agência Sputnik que até o momento, 117 estrangeiros cruzaram a fronteira entre a Faixa de Gaza e o Egito pelo posto de controle de Rafah.

Enquanto ambulâncias transportando palestinos feridos continuam a chegar aos hospitais no Norte do Sinai, no Egito, 16 pacientes já foram admitidos. Relatos anteriores indicavam que o Egito permitiria a passagem de 81 palestinos feridos e cerca de 500 estrangeiros e cidadãos com dupla nacionalidade através de Rafah.

O Brasil, por sua vez, intensifica as negociações buscando garantir a saída dos mais de 30 brasileiros que buscam desesperadamente deixar a região. A agência Reuters informou que a lista de saída pelo posto de controle foi um acordo entre Israel e Egito, mediado pelo Catar, com todas as embaixadas relevantes sendo notificadas antecipadamente. 

Em um desenvolvimento posterior, o Ministério das Relações Exteriores do Reino Unido comunicou que os cidadãos britânicos terão a oportunidade de deixar a Faixa de Gaza em várias etapas nos próximos dias. Recentemente, o governo britânico declarou que cerca de 200 britânicos estavam sendo mantidos reféns em Gaza.

O Subsecretário de Relações Exteriores das Filipinas, Eduardo Jose De Vega, mencionou que os primeiros a sair seriam membros de organizações internacionais, incluindo dois médicos filipinos da caridade internacional Médicos Sem Fronteiras.

No dia 7 de outubro, o grupo palestino Hamas iniciou um ataque em larga escala contra Israel a partir da Faixa de Gaza. Esta ação resultou em mortes e sequestros em comunidades israelenses vizinhas. Em retaliação, Israel realizou ataques e ordenou um bloqueio total em Gaza, interrompendo o fornecimento de água, comida e combustível para seus mais de 2 milhões de habitantes. Posteriormente, em 27 de outubro, Israel iniciou uma incursão terrestre em larga escala para eliminar combatentes do Hamas e resgatar reféns. Esta escalada de conflito resultou na morte de aproximadamente 1.400 pessoas em Israel e mais de 8.000 na Faixa de Gaza.