Lula sugere pesquisa na Ucrânia para determinar quem deseja se unir à Rússia e critica exclusão de europeus das negociações
Presidente também afirmou que o processo de paz liderado por Donald Trump deve incluir Volodymyr Zelensky e rejeitou apoio militar a qualquer um dos lados
247 - O presidente Lula voltou a sugerir um processo de paz alternativo para solucionar o conflito envolvendo Rússia, Ucrânia e Otan. Segundo ele, uma pesquisa de opinião na Ucrânia perguntando aos cidadãos se desejam fazer parte da Rússia poderia abrir espaço para pacificar a situação, além de negociações abrangentes envolvendo Moscou, Kiev e representantes da União Europeia e dos Estados Unidos.
Em declarações à imprensa nesta quarta-feira (19), após reunião bilateral com o primeiro-ministro de Portugal, Luís Montenegro, Lula reafirmou o repúdio brasileiro à ocupação territorial da Ucrânia e criticou as tentativas de negociação passadas por não envolverem Moscou.
"Sobre a Ucrânia, vou fazer um breve histórico. Repudiamos a ocupação territorial pela Rússia e nos colocamos à disposição a colocar Putin e Zelensky numa mesa de negociação. A saída é de paz, poderia ser resolvida com uma pesquisa de opinião pública, perguntando ao povo se é russo ou ucraniano. Conversei várias vezes com Putin e na ONU com Zelensky na perspectiva de criar um clima de paz. Muitos decidiram fazer reunião de paz, chamando só o lado da Ucrânia. Mas sempre dissemos que não há paz se não chamar os dois e colocar na mesa. Não tem paz só de um lado", disse.
O presidente também reafirmou a importância do plano de paz conjunto Brasil-China e cobrou a participação de representantes da União Europeia e do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, nas negociações de paz em curso.
"Fizemos com a China um protocolo de paz, mas não deram muita importância. Agora Trump começa a conversar com Putin, e alguns se preocupam que o Zelensky não foi chamado. Também acho errado. Tem que chamar os dois, colocar na mesa de negociação e encontrar um denominador comum para estabelecer a paz. Não só repudiamos a invasão, como também o genocídio em Gaza e o bloqueio à Venezuela e à Cuba. O problema da Ucrânia será resolvido numa mesa de negociação. O papel de Trump de negociar sem envolver a UE é ruim, porque a UE se envolveu com muita força", disse.
Lula também afirmou que acredita que o presidente estadunidense Donald Trump pode conseguir um acordo de paz e expressou a disposição do Brasil em ser incluído nas negociações. Ele ainda rejeitou firmemente qualquer tipo de apoio militar brasileiro ao conflito, como solicitado pela Alemanha.
"É possível, se o Trump tiver jogando de verdade e querer a paz, ele pode conseguir. China, Índia e Brasil podem contribuir. Olaf Scholz quis comprar canhões brasileiros para matar russos, mas não venderemos armas. Não posso fomentar a guerra. Tenho que criticar os dois lados e favorecer todos aqueles que querem paz. Nós queremos paz entre Rússia e Ucrânia", disse.
"O Brasil não enviará tropa, só missão de paz. Não mudaremos de posição. Quando os dois quiserem conversar sobre paz, estaremos na mesa de negociação se assim interessar. Fora isso, continuaremos muitos quilômetros longe defendendo a paz" finalizou.
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