Macron abre novas consultas para nomeação de primeiro-ministro
Presidente francês se recusa a nomear um chefe de governo da coalizão de esquerda, que foi a mais votada nas eleições parlamentares
Prensa Latina - O presidente francês, Emmanuel Macron, abriu nesta terça-feira (27) uma segunda rodada de consultas políticas para a nomeação do novo primeiro-ministro, um processo marcado por tensões após sua recusa em nomear o representante da esquerda.
Na véspera, o presidente francês terminou o primeiro ciclo de diálogo com os partidos e dirigentes parlamentares, após o qual descartou a possibilidade de um governo liderado pela Nova Frente Popular, a aliança que inclui a França Insubmissa, os socialistas, ambientalistas e comunistas.
Citando a estabilidade institucional, o presidente apelou à continuação das conversações a partir desta terça-feira, o que implica que a sua visão é nomear um primeiro-ministro do campo da direita.
Nesse sentido, convidou socialistas, ambientalistas e comunistas para as novas consultas e deixou de fora a França Insubmissa, decisão que gerou reclamações e apelos a protestos por parte das fileiras da esquerda.
A Nova Frente Popular foi a chapa que obteve mais deputados (193) nas eleições legislativas do mês passado, embora longe da maioria absoluta na Assembleia Nacional (289), razão pela qual reivindica o direito de propor o primeiro-ministro, neste caso a economista Lucie Castets.
A esquerda acusa Macron de ignorar os resultados das urnas e de evitar a tradição republicana de nomear como primeiro-ministro um representante do bloco com mais assentos na Assembleia.
Por seu lado, o presidente defende que nas eleições legislativas nenhuma força política pode declarar-se vencedora, uma vez que três listas obtiveram mais de uma centena de deputados, a esquerda, o partido no poder e a extrema direita, todos longe da maioria absoluta.
As novas consultas poderão levar ao poder uma aliança entre o governo e os conservadores, mas sempre sob o risco de uma moção de censura que a derrube.
A oposição acusa o Presidente da República de bloquear o país e de ignorar os resultados das eleições legislativas de 30 de junho e 7 de julho, ao atrasar a nomeação de um novo chefe de Matignon, que terá a possibilidade de formar governo.
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