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    Macron defende que futuro da Europa ‘depende de relações equilibradas com a China’

    Ao receber Xi Jinping, presidente francês fala sobre parceira chinesa para ‘coordenar’ crises na Ucrânia e no Oriente Médio

    Emmanuel Macron, Xi Jinping e Ursula von der Leyen (Foto: Dati Bendo/Wikicommons)

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    RFI - O presidente francês, Emmanuel Macron, recebeu nesta segunda-feira (06/05) o seu homólogo chinês, Xi Jinping, para uma visita de Estado à França até a terça-feira (07/05), ocasião para marcar os 60 anos das relações diplomáticas entre os dois países e discutir questões comerciais entre a Europa e a China.

    “O futuro do nosso continente dependerá muito claramente da nossa capacidade de continuar a desenvolver relações com a China de uma forma equilibrada”, disse Macron no Palácio do Eliseu, no início de uma reunião com a presença da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. A “coordenação” com Pequim nas “grandes crises” na Ucrânia e no Oriente Médio é “absolutamente decisivo”, disse ela.

    Em seu primeiro encontro com Macron desde que chegou à França, na tarde de domingo (05/05), Xi Jinping propôs que seu país e a UE reforcem a sua “coordenação estratégica” e “desenvolvam parceiras”. A China é uma grande potência mundial, um ator-chave na cena internacional e um parceiro com o qual a França quer discutir.

    Por ocasião desta visita de Estado, Emmanuel Macron pretende promover os interesses franceses, mas também europeus. Ele abordará com seu homólogo questões econômicas e comerciais: a ambição é melhorar o acesso das empresas francesas ao mercado chinês e construir relações econômicas baseadas na “reciprocidade”, indicou o presidente, na semana passada. Setores estratégicos de concorrência são os relacionados à transição energética, como veículos elétricos, energia fotovoltaica e energia eólica.

    Xi Jinping desembarcou em Paris no domingo e foi recebido pelo primeiro-ministro francês, Gabriel Attal.

    A programação desta segunda-feira é organizada em Paris com o encontro no Palácio do Eliseu, uma cerimônia de passagem das tropas em revista nos Inválidos, reuniões econômicas no teatro Marigny e um grande jantar de Estado, no palácio presidencial, onde os dois líderes brindarão à relação bilateral.

    Macron e Xi Jinping se conhecem bem. O chefe de Estado francês já visitou a China diversas vezes e o presidente chinês realiza a sua segunda visita de Estado à França, desde 2017.

    Macron também quer mostrar mais das belezas de seu país e organizou uma visita ao Col du Tourmalet, nos Altos Pireneus, região de origem da sua avó e onde passa as férias. Em 2023, durante a última viagem de Macron à China, Xi Jinping deu-lhe “a honra” de recebê-lo em um “lugar muito pessoal” em Cantão.

    Agora, a retribuição do líder francês dá um tom mais intimista a esta visita formal e de elevado interesse diplomático.

    Intimidade e diplomacia - Um dos desafios da visita é tratar com Xi Jinping de grandes crises internacionais, especialmente sobre a Ucrânia. A China é uma das principais parceiras da Rússia.

    Emmanuel Macron espera, segundo o Palácio do Eliseu, encorajar Xi Jinping a “usar sua influência sobre Moscou para mudar os planos” de Vladimir Putin e “contribuir para a resolução do conflito”.

    Em abril de 2023, Xi Jinping concordou em telefonar para o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, para ouvir a sua visão sobre o conflito com a Rússia, após uma visita de Macron à China.

    Uma das questões delicadas é a atuação direta de empresas chinesas no poderio militar russo.

    A posição de Emmanuel Macron em relação a Moscou endureceu consideravelmente nos últimos meses. O chefe de Estado afirmou, em uma entrevista à The Economist, que a Rússia não deveria vencer a guerra e representava um perigo para a segurança europeia.

    Segundo o presidente francês, “não é do interesse da China ter uma Rússia que desestabilize a ordem internacional. Devemos, portanto, trabalhar com a China para construir a paz”.

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