Na ONU, Vieira cita Lula e diz que "não há desculpas para impedir admissão da Palestina como Estado-membro"
Chanceler brasileiro enfatizou a urgência de o Conselho de Segurança aprovar a resolução para a admissão da Palestina como membro pleno da ONU
247 - O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, discursou enfaticamente nesta quinta-feira no Conselho de Segurança das Nações Unidas em Nova York, apelando aos membros do Conselho para que apoiem a admissão da Palestina como Estado-membro da organização. O discurso tenta influenciar a votação de uma resolução que, se aprovada, recomendará à Assembleia Geral a admissão formal da Palestina.
Vieira lembrou o posicionamento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que em fevereiro deste ano, durante um discurso na Liga dos Estados Árabes no Cairo, defendeu a admissão da Palestina como membro pleno da ONU, enfatizando que as Nações Unidas já haviam reconhecido a necessidade de um Estado palestino há 75 anos. “Não há desculpas para impedir ainda mais que o Estado da Palestina se junte à ONU como membro de pleno direito”, citou Vieira, reiterando as palavras de Lula.
O chanceler brasileiro enfatizou a importância de uma solução pacífica e justa para o conflito entre Israel e Palestina, baseando-se na resolução 181(II) da Assembleia Geral de 1947, que já delineava um plano para dois Estados na região. Segundo Vieira, “um compromisso credível com a paz e a segurança no Oriente Médio requer que a comunidade internacional tome todas as medidas necessárias para cumprir a autodeterminação do povo palestino”.
Destacando o papel do Brasil, que reconheceu a soberania da Palestina em 2010 dentro das fronteiras de 1967, Vieira lembrou que 139 países já reconheceram a Palestina como um Estado soberano. Ademais, apontou a participação da Palestina em diversas organizações e agências internacionais, como UNESCO e UNCTAD, como exemplos de seu comprometimento com as normas e práticas diplomáticas internacionais.
O discurso de Vieira ocorre em um momento delicado, marcado pelo genocídio de 33 mil palestinos nos últimos seis meses devido aos ataques de Israel em Gaza. “Este conselho tem a obrigação de acabar com esse derramamento de sangue”, declarou o ministro, enfatizando a urgência da situação e a responsabilidade do Conselho de Segurança em aprovar a resolução para a admissão da Palestina.
O projeto de resolução, apoiado por países como Brasil, China, Rússia e várias nações árabes, tem como objetivo impulsionar um passo significativo na busca pela paz na região, marcando um momento potencialmente histórico nas relações internacionais e na longa disputa entre Israel e Palestina.
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