'Navalny está morto, mas Assange ainda pode ser salvo', diz Edward Snowden
Ex-agente dos EUA fez um apelo a líderes polítcos e jornalistas antes do julgamento que pode levar à extradição de Julian Assange do Reino Unido
247 - O ex-agente da inteligência dos EUA Edward Snowden disse nesta terça-feira (20) que a Grã-Bretanha não tem o direito de extraditar o fundador do WikiLeaks, Julian Assange, para os Estados Unidos sob o acordo de extradição entre Londres e Washington, que proíbe a transferência de prisioneiros políticos, ao mesmo tempo que instou líderes e meios de comunicação a focarem em ações reais em vez de discursos vazios.
"A todos os líderes políticos e jornalistas que fazem e escrevem discursos: Vocês não podem salvar Navalny. Você *pode* ainda salvar Assange. Se você ficar em silêncio aqui, quando e onde você pode realmente influenciar o resultado, você nunca estará defendendo princípios – você estará apenas esperando por aplausos", escreveu Snowden na rede social X (antigo Twitter). >>> SAIBA MAIS: Quem era Navalny, líder opositor russo que morreu na prisão
A audiência de dois dias contra Assange no Supremo Tribunal de Justiça de Londres começa nesta terça-feira (20). O tribunal decidirá se Assange terá mais oportunidades de lutar contra a extradição para os EUA perante os tribunais do Reino Unido.
Assange, um cidadão australiano, foi transferido para a prisão de segurança máxima de Belmarsh, em Londres, em abril de 2019, sob acusação de violação da fiança. Nos EUA, ele enfrenta processo sob a Lei de Espionagem por obter informações confidenciais e divulgá-las em domínio público. Se for condenado, o fundador do WikiLeaks poderá pegar 175 anos de prisão. Um dos últimos meios de impedir a sua transferência para os EUA pode ser um recurso para o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos. Assange perdeu o seu recurso anterior no Supremo Tribunal do Reino Unido em junho passado.
O WikiLeaks foi fundado por Assange em 2006, mas ganhou destaque em 2010, quando começou a publicar vazamentos em grande escala de informações confidenciais do governo, inclusive dos EUA.
Da sua parte, Edward Snowden deu início a um grande escândalo internacional em junho de 2013, quando entregou a jornalistas uma série de materiais confidenciais sobre programas de vigilância da inteligência dos EUA e seus aliados na Internet.
Ele fugiu para o aeroporto de Hong Kong e de lá para Moscou, onde passou algum tempo na zona de trânsito do aeroporto Sheremetievo.
Depois de ser rejeitado por vários outros países, a Rússia concedeu a Snowden asilo temporário por um ano, com a condição de que ele interrompesse suas atividades contra os EUA.
Snowden recebeu uma autorização de residência de três anos na Rússia em agosto de 2014, e posteriormente uma autorização de residência permanente e cidadania russa, em setembro de 2022.
(Com informações da Sputnik).
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