Netanyahu desafia Haia: 'Este tribunal não tem autoridade sobre Israel'
Primeiro-ministro de Israel disse que vai ignorar as ameaças de prisão e nada o imperidá de invadir Rafah
Sputnik - Em um discurso, reproduzido no YouTube, o premiê de Israel, Benjamin Netanyahu, disse que o TPI não tem autoridade sobre seu país para prendê-lo. Disse também que o TPI se juntou às forças que procuram impedir a entrada de Israel em Rafah e alertou que seria um escândalo global se o órgão emitisse mandados de detenção por crimes de guerra contra comandantes das Forças de Defesa de Israel (FDI).
"Há muitas forças que tentam nos impedir de fazer isto. A elas juntou-se, recentemente, outra força: o Tribunal Penal Internacional em Haia. Este tribunal não tem autoridade sobre o Estado de Israel. A possibilidade de emitir mandados de prisão por crimes de guerra contra os comandantes das FDI e líderes estaduais é um escândalo em escala histórica", disse Netanyahu.
Apesar da recusa intencional, incluindo a dos Estados Unidos, o primeiro-ministro israelense avisou que suas tropas entrarão em Rafah, por acreditar que batalhões importantes do Hamas estão localizados naquela cidade, que faz fronteira com o Egito.
"Entraremos em Rafah porque não temos outra opção. Destruiremos os batalhões do Hamas e cumpriremos todos os objetivos da guerra, incluindo o regresso de todo o nosso povo raptado", acrescentou.
O líder israelense insistiu que o tribunal de Haia não pode impedir as operações de Israel na cidade onde há cerca de 1,4 milhão de refugiados palestinos que fogem dos bombardeios israelenses e disse que seria um escândalo histórico se a Corte Internacional de Justiça (CIJ) emitisse mandados de prisão por crimes de guerra contra comandantes das FDI.
"Esta será a primeira vez que um país democrático, que luta pela sua vida de acordo com todas as normas do direito internacional, será acusado de crimes de guerra. Se isso acontecer, será uma mancha indelével para toda a humanidade", opinou Netanyahu.
Apesar da possibilidade das autoridades israelenses serem acusadas de crimes de guerra, o primeiro-ministro anunciou que nenhuma decisão em Haia ou em qualquer outro lugar prejudicará os seus objetivos de guerra.
"Quero deixar uma coisa clara: nenhuma decisão, seja em Haia ou em qualquer outro lugar, irá minar a nossa determinação em alcançar todos os objetivos da guerra: a libertação de todos os nossos reféns, uma vitória completa sobre o Hamas e a promessa de que Gaza não representa mais uma ameaça para Israel", concluiu.
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