Número de mortos na Turquia e na Síria após terremoto ultrapassa 4 mil
O frio na região complica a situação de feridos e desabrigados
247 - O forte terremoto que atingiu parte do território da Turquia e o Noroeste da Síria matou mais de 4 mil pessoas, e o inverno gelado tornou ainda mais complicada a situação de milhares de feridos ou desabrigados, além de afetar os esforços para encontrar sobreviventes.
O tremor de magnitude 7,8 graus na escala Richter, que ocorreu antes do nascer do sol, foi o pior a atingir a Turquia neste século. O terremoto foi seguido, no início da tarde, por outro grande tremor de magnitude 7,7.
Os abalos derrubaram prédios residenciais inteiros em cidades turcas e causaram devastação também para milhões de sírios deslocados por 11 anos de guerra civil no país, informa a Agência Brasil.
Em Diyarbakir, no Sudeste da Turquia, uma mulher falando ao lado dos destroços do prédio de sete andares onde ela morava disse: "Fomos balançados como um berço. Éramos nove em casa. Dois filhos meus ainda estão nos escombros, estou esperando por eles."
Ela estava com um braço quebrado e tinha ferimentos no rosto.
"Foi como o apocalipse", disse Abdul Salam al-Mahmoud, um sírio da cidade de Atareb, no Norte do país. "Está muito frio e chove forte, e as pessoas precisam ser salvas."
O número de mortos é o maior para um terremoto na Turquia desde 1999, quando um tremor de magnitude semelhante devastou a densamente povoada região do Mar de Mármara, perto de Istambul, matando mais de 17 mil pessoas.
Mais de 13 mil pessoas ficaram feridas na Turquia e outras 3,5 mil na Síria devido ao tremor.
Conexões de internet precárias e estradas danificadas entre algumas das cidades mais atingidas no Sul da Turquia, onde vivem milhões de pessoas, dificultavam os esforços para avaliar e lidar com o impacto.
Espera-se que as temperaturas em algumas áreas caiam para quase zero durante a noite, piorando as condições para as pessoas presas sob os escombros ou desabrigadas. A segunda-feira (6) foi de chuva, depois que tempestades de neve atingiram o país no fim de semana.
O presidente turco, Tayyip Erdogan, classificou o terremoto de hoje como um desastre histórico e o pior terremoto a atingir o país desde 1939, mas disse que as autoridades estão fazendo tudo o que podem.
"Todos estão se esforçando de corpo e alma, embora o inverno, o clima frio e o terremoto que aconteceu durante a noite tornem as coisas mais difíceis", disse.
O segundo tremor foi forte o suficiente para derrubar mais prédios e, como o primeiro, foi sentido em toda a região, colocando em risco as equipes de resgate.
Em Diyarbakir, na Turquia, jornalistas da Reuters viram dezenas de trabalhadores vasculhando um monte de destroços, tudo o que restou de um grande edifício, retirando pedaços de destroços enquanto procuravam por sobreviventes. Ocasionalmente, eles levantavam as mãos e pediam silêncio, ouvindo sons de vida.
Síria
Imagens divulgadas no Twitter mostraram dois prédios vizinhos desabando um após o outro em Aleppo, na Síria, enchendo a rua de poeira. Dois moradores da cidade, que foi fortemente danificada pela guerra, disseram que os prédios caíram horas após o terremoto, que também foi sentido no Chipre e no Líbano.
"Foi como o apocalipse", disse Abdul Salam al Mahmoud, um sírio contatado pela Reuters da cidade de Atareb.
O presidente da Síria, Bashar al-Assad, realizou uma reunião de emergência para revisar os danos e discutir os próximos passos, informou seu gabinete.
Pessoas em Damasco e nas cidades libanesas de Beirute e Trípoli correram para a rua e pegaram seus carros para fugir de prédios com medo de desabamentos, disseram testemunhas.
Erdogan disse que 45 países se ofereceram para ajudar nos esforços de busca e resgate.
O Serviço Geológico dos EUA informou que o terremoto durante a noite ocorreu a uma profundidade de 17,9 quilômetros (km). Relatou uma série de terremotos, um deles de magnitude 6,7 graus.
A região atravessa falhas sísmicas
"A combinação de grande magnitude e profundidade rasa tornou esse terremoto extremamente destrutivo", disse Mohammad Kashani, professor associado de engenharia estrutural e sísmica da Universidade de Southampton.
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