O cessar-fogo entre Rússia e Ucrânia mostra sinais de esperança por uma paz duradoura, diz Global Times em editorial

247 - O jornal chinês Global Times publicou nesta quinta-feira (13) editorial comentando a proposta de cessar-fogo anunciada na terça-feira por delegados dos EUA e da Ucrânia que se reuniram na  Arábia Saudita. De acordo com a declaração conjunta divulgada após a reunião, a Ucrânia expressou prontidão para aceitar a proposta dos EUA de promulgar um cessar-fogo imediato e provisório de 30 dias. O lado ucraniano declarou que o cessar-fogo entraria em vigor assim que a Rússia concordasse. Na quarta-feira, o lado russo respondeu, dizendo que estava revisando a declaração conjunta emitida após as negociações EUA-Ucrânia na Arábia Saudita, e acrescentou que contatos com os americanos estavam planejados para os próximos dias, "durante os quais esperamos receber informações completas".

O editorial do jornal chinês opina que “todo esforço que promova uma resolução pacífica da crise deve ser apoiado e servir como um ponto de partida para uma interação construtiva entre todas as partes interessadas.”

O Global Times destaca que “como a crise na Ucrânia se arrastou por mais de três anos, os apelos por uma resolução política por meio do diálogo ficaram mais altos, e a comunidade internacional tem um profundo desejo por um cessar-fogo e paz duradoura.” Ao mesmo tempo, o editorial ressalta:  “No entanto, neste momento crítico nas negociações, todas as partes devem exercer paciência e sabedoria. Com muitas incertezas ainda presentes, promover um ambiente e condições para negociações exige que todos os lados abandonem uma mentalidade de confronto.”

De acordo com o Global Times, “um cessar-fogo é uma "medida de primeiros socorros" necessária, mas para resolver fundamentalmente a crise na Ucrânia, um "plano de tratamento" sistemático ainda é necessário. “Em sua essência, isso envolve defender e praticar uma nova visão de segurança que seja comum, abrangente, cooperativa e sustentável, ao mesmo tempo em que rejeita e se opõe à prática errônea de priorizar a segurança de uma parte sobre as outras e buscar sua própria ‘segurança absoluta’. A segurança é mútua e igual; a segurança de um país não pode ser construída sobre a insegurança de outros. É essencial promover e implementar essa nova visão de segurança para realmente alcançar paz e estabilidade de longo prazo no continente eurasiano e no mundo. Dada a atual falta de soluções correspondentes para uma série de questões críticas, todas as partes envolvidas precisam exercer maior sabedoria para buscar soluções criativas. A comunidade internacional deve manter a paciência, fornecer espaço e apoio para promover a coordenação multilateral, mecanismos de construção de confiança e a reconstrução de estruturas de segurança regionais.”

O editorial conclui afirmando que “as negociações entre os EUA e a Ucrânia na Arábia Saudita abriram uma janela para aliviar a situação Rússia-Ucrânia, mas a duração dessa janela depende da sinceridade e dos esforços de todas as partes envolvidas.” E enfatiza: “A comunidade internacional deve aproveitar esta oportunidade e aderir aos três princípios de nenhuma expansão do campo de batalha, nenhuma escalada de luta e nenhuma incitação por nenhuma parte sobre as chamas, desempenhando um papel construtivo na promoção da paz e do diálogo. Somente abordando em conjunto as causas raiz da crise e encontrando uma estrutura de segurança equilibrada, eficaz e sustentável, o amanhecer da paz pode surgir gradualmente sobre o continente europeu. Esperamos que todas as partes encontrem uma solução de paz sustentável e duradoura que aborde as preocupações de todos por meio do diálogo e da negociação.”