OCDE reduz projeção de crescimento global para 2025 devido a guerras tarifárias e incertezas

247 - A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) revisou para baixo suas previsões de crescimento econômico global para 2025, citando "barreiras comerciais mais altas" e "aumento da incerteza geopolítica e política" como fatores que pesam sobre investimentos e gastos das famílias. 

De acordo com o relatório divulgado nesta segunda-feira, 17 de março, a expectativa de crescimento global foi reduzida de 3,3% para 3,1%.

As tensões comerciais intensificadas desde o retorno de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos contribuíram significativamente para essa revisão. As políticas protecionistas adotadas pela administração Trump, incluindo a imposição de tarifas sobre importações de aço e alumínio, têm gerado preocupações sobre uma possível guerra comercial, afetando a confiança empresarial e o investimento em várias economias .​​

A OCDE destaca que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA deve desacelerar de 2,4% em 2024 para 2,2% em 2025, e caindo para 1,6% em 2026. Da mesma forma, a zona do euro verá uma redução na previsão de crescimento, passando de 1,3% para 1,0% em 2025, embora haja uma expectativa de recuperação gradual para 1,2% em 2026 .​

Por outro lado, a China mantém uma perspectiva positiva, com crescimento projetado de 4,8% em 2025 e 4,4% em 2026. 

O Brasil também foi afetado por essas revisões. A OCDE reduziu a previsão de crescimento do país para 2025, de 2,3% para 2,1%, e para 2026, de 1,9% para 1,4%. Essa diminuição é atribuída ao aumento das taxas de juros pelo Banco Central e às tarifas mais altas sobre as exportações de aço e alumínio para os EUA. Além disso, a inflação no Brasil foi revisada para cima, de 4,2% para 5,4% em 2025 .

A OCDE enfatiza que "riscos significativos permanecem", alertando que novas tarifas retaliatórias entre as principais economias globais podem afetar o crescimento mundial e aumentar a inflação. A organização recomenda que os governos evitem aumentar as restrições comerciais, pois isso prejudicaria os padrões de vida globais. 

Além disso, destaca que os planos de nações europeias de aumentar os gastos com defesa, em resposta às ameaças da Rússia de Vladimir Putin e à relutância de Trump em continuar financiando a OTAN, podem "apoiar o crescimento no curto prazo, mas potencialmente aumentar as pressões fiscais no longo prazo" .​