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    OEA reconhece a 'Guaidó boliviana' e Evo afirma que golpe vem dos EUA

    A OEA reconheceu a senadora Jeanine Añez como presidente autoproclamada da Bolívia. EM sua primeira entrevista, Evo Morales, presidente boliviano vítima de golpe de Estado, denunciou a responsabilidade dos Estados Unidos, da Inglaterra, e da Organização dos Estados Americanos (OEA) na escalada de violência que o levou a renunciar.

    A senadora boliviana Jeanine Añez se autoproclama presidente da Bolívia (Foto: Facebook/Divulgação)

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    Do Brasil de Fato - Em sua primeira entrevista após a chegada ao asilo político no México, Evo Morales, presidente boliviano vítima de golpe de Estado, denunciou a responsabilidade dos Estados Unidos, da Inglaterra, e da Organização dos Estados Americanos (OEA) na escalada de violência que o levou a renunciar.

    Os três atores internacionais citados pelo boliviano foram os primeiros a reconhecer a autoproclamação da senadora Jeanine Áñez como presidenta do país.

    "Não aceitam um índio presidente, nossas politicas sociais e econômicas de nacionalização dos recursos. Não aceitam que nós indígenas sejamos anti-imperialistas e anticolonialistas", declarou

    Morales denunciou novamente a conduta violenta da oposição, direcionada contra a população mais pobre e de traços indígenas. Ele citou invasões a residências de parlamentares, incêndios em órgãos públicos e entidades ligadas a seu partido e amaças de queimar pessoas ligadas a ele.

    "Usaram a bíblia e Jesus Cristo para conspirar contra o povo, fazem orações e saem me xingando com palavrões. Usam orações para fazer o povo odiar, a bíblia para discriminar e odiar indígenas, as mulheres que andam com pollera [saia típica das cholitas] pelo país", asseverou.

    "Esta classe de governo está sendo reconhecida pelos Estados Unidos, pela Inglaterra e a OEA", lamentou Evo.

    No metan bala! 

    O presidente da Bolívia desde 2006 também voltou a fazer um apelo pelo fim da violência no país. Segundo ele, antes de sua renuncia, apesar da conduta violenta da oposição, suas ordens à polícia e às forças armadas eram de não reprimir com violência os atos.

    Morales reafirmou que sua renúncia foi um movimento para salvar a própria vida, mas também para que não houvessem outros mortos no país. "Não atirem nas pessoas", suplicou às forças armadas.

    "Não comprei aviões, helicópteros para que metessem bala no povo. O que esta acontecendo com os comandantes da polícia e das forças armadas? Perderam o sentido de solidariedade? De vida? Nos meus 13 anos de governo nunca tive esse problema."

    Evo Morales em sua chegada ao asilo político no México (Foto: Pedro Pardo / AFP)

    Chamado ao diálogo

    Evo Morales disse querer voltar em breve ao país e chamou a oposição a um diálogo nacional.

    "Quero voltar para minha terra, peço por um diálogo nacional, com instituições, com países acompanhando. Chamo por um acordo para pacificar a Bolívia, a violência. Parem com o massacre."

    Ele também afirmou ter feito tudo o que era possível para evitar a escalada da violência após a divulgação do resultado das eleições que o declarou vitorioso em primeiro turno. Morales citou tentativas de diálogo com os partidos da oposição e, inclusive, a convocação de novas eleições.

    "No fundo é uma questão de classes. Grupos oligárquicos se organizam para acabar com um movimento que construímos com muita luta, muito esforço e compromisso. Deixamos de ser um país mendigo. Usaram a OEA, a polícia e as forças armadas para massacrar a Bolívia."

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