Paris recua após Macron defender envio de soldados franceses à Ucrânia
No entanto, presidente defendeu o envio de instrutores militares e caças ao país
247 - O presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou nesta sexta-feira (7) sua intenção de finalizar em breve a criação de uma coalizão de países dispostos a enviar instrutores militares à Ucrânia, após ter defendido o envio de soldados regulares a Kiev.
"Quando se trata de instrutores franceses em solo ucraniano... Essa é uma solicitação legítima... Para maior eficiência, pretendemos criar uma coalizão, e alguns de nossos parceiros já deram seu consentimento... Vamos usar os próximos dias para finalizar a criação da coalizão mais ampla possível", disse Macron em uma coletiva de imprensa conjunta com o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky em Paris.
No final de maio, a mídia francesa relatou que Macron estava buscando estabelecer uma coalizão europeia para enviar instrutores militares à Ucrânia. Na quinta-feira, o primeiro-ministro francês Gabriel Attal disse que a França não tinha planos de enviar suas tropas para a Ucrânia e nunca treinou militares ucranianos na própria Ucrânia, acrescentando, no entanto, que a questão do envio de instrutores militares franceses para Kiev não era um tabu.
Macron também anunciou durante a coletiva que a França e a Ucrânia assinaram quatro acordos de cooperação econômica, energética e militar.
O ministro das Relações Exteriores francês, Stéphane Séjourné, e a ministra da Economia ucraniana, Yulia Svyrydenko, assinaram três documentos: um acordo sobre a reconstrução e manutenção da infraestrutura crítica ucraniana e setores-chave da economia ucraniana, um acordo sobre a criação de um escritório de representação da Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD) na Ucrânia e um acordo sobre a retomada da cooperação na indústria nuclear civil, disse o presidente francês.
O ministro da Defesa francês, Sébastien Lecornu, e o ministro das Indústrias Estratégicas da Ucrânia, Oleksandr Kamyshin, assinaram uma declaração de intenções sobre cooperação em defesa, acrescentou ele.
No início desta semana, a mídia francesa relatou que a AFD destinaria 400 milhões de euros (432 milhões de dólares) em empréstimos e 50 milhões de euros em doações para Kiev para fortalecer sua infraestrutura crítica, principalmente nos setores de transporte e energia, até 2027. O plano também inclui a alocação de outros 200 milhões de euros para um fundo de apoio a empresas francesas, que participarão de futuros concursos na Ucrânia nos setores de energia, transporte, abastecimento de água e saneamento, saúde e agricultura.
CAÇAS - Paris transferirá jatos de combate Mirage 2000-5 para Kiev e treinará pilotos ucranianos, disse o presidente Macron nesta quinta-feira (7).
"Amanhã iniciaremos uma nova cooperação e anunciaremos a transferência dos aviões Mirage 2000-5," disse Macron à BFMTV, acrescentando que o programa de treinamento de pilotos será lançado "antes do final do ano."
A França entregará cinco novos jatos de combate à Ucrânia, informou a BFMTV.
Macron também disse que a França planeja treinar 4.500 soldados ucranianos, mas não considera essa decisão uma "escalada."
O líder francês enfatizou que um acordo pacífico na Ucrânia deve ser alcançado por meio de negociações, observando, no entanto, que agora não era o momento para negociações, já que a Rússia continuava sua ofensiva na Ucrânia.
"A paz não deve significar a capitulação da Ucrânia," acrescentou Macron.
Quando questionado sobre a possibilidade de armas francesas serem usadas para atacar dentro da Rússia, Macron disse que os civis não serão alvos.
O Kremlin tem alertado consistentemente contra a continuidade das entregas de armas a Kiev desde o início da operação militar da Rússia na Ucrânia em fevereiro de 2022, dizendo que isso levaria a uma maior escalada do conflito. Em abril de 2022, a Rússia enviou uma nota diplomática a todos os países da OTAN sobre a questão do fornecimento de armas à Ucrânia. O Ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, alertou que qualquer carga contendo armas para a Ucrânia se tornará um alvo legítimo para ataques russos. (Com informações da Sputnik).
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