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    Parlamento Europeu se reúne para decidir se renova mandato de Ursula von der Leyen

    Apesar de ter chance em ser reeleita para mais um mandato de cinco anos, não há garantias de que ela vencerá

    Bloco dirigido por Ursula Van der Leyen alcança maioria e ela deve ser reeleita para presidir a Comissão Europeia (Foto: YVES HERMAN/REUTERS )

    Letícia Fonseca-Sourander, RFI - Dois dias após a sessão inaugural, o novo Parlamento Europeu vota nesta quinta-feira (18) o destino da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. Apesar de ter chance de ser reeleita para mais um mandato de cinco anos, não há garantias de que ela vencerá.

    Às vésperas do voto crucial, Ursula von der Leyen passou quase uma hora respondendo perguntas dos principais grupos políticos do Parlamento Europeu, em Estrasburgo, no nordeste da França. Ela enfrentou questões sobre a guerra híbrida por parte da Rússia, bem como apelos para modificar o Acordo Verde e reprimir a imigração ilegal. 

    Criticada por diversos grupos políticos do legislativo europeu, inclusive por sua própria legenda – o Partido Popular Europeu (PPE) – Von der Leyen também foi advertida pelo Tribunal de Justiça da União Europeia sobre a falta de transparência da Comissão Europeia na gestão dos contratos de compra de vacinas durante a pandemia de Covid-19. Esta polêmica pode pesar contra a sua reeleição. 

    O voto para reconduzir Ursula von der Leyen ao posto mais cobiçado do bloco é secreto. As sondagens apontam que mesmo o Partido Popular Europeu (PPE), de centro-direita, que detém a maior bancada no legislativo europeu, não deve votar integralmente nela. 

    Para obter maioria (361 votos), a dirigente política alemã terá, talvez, que colaborar com o grupo Conservadores e Reformistas (ECR) – que inclui partidos radicais da direita como o Vox da Espanha, o Lei e Justiça da Polônia, o Reconquista da França e os Irmãos da Itália da primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni. Esta semana, Meloni anunciou seu apoio à Von der Leyen. 

    Em contrapartida, os Socialistas, Liberais, Verdes e Esquerda Europeia avisaram que não apoiarão a recandidatura de Von der Leyen se houver qualquer tipo de aliança com a direita radical, o que inviabilizaria a sua eleição.

    A mulher mais poderosa do planeta - Desde que assumiu o comando da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen tem sido apontada pela revista Forbes como a mulher mais poderosa do planeta. Von der Leyen, que nasceu e cresceu em Bruxelas apesar de ser alemã, começou sua carreira como médica e só entrou na política aos 40 anos de idade.

    Aliada próxima da ex-chanceler alemã, Angela Merkel, von der Leyen foi a primeira mulher no cargo de ministra da Defesa da Alemanha. Mãe de sete filhos, ela se destacou como presidente da Comissão Europeia pelo seu apoio decisivo à Ucrânia e pela liderança durante a pandemia de Covid-19 na Europa. 

    Em 2019, ao ser eleita para o primeiro mandato frente ao executivo europeu, enfrentou uma votação apertada, e ganhou por apenas nove votos. Desta vez, para garantir um segundo mandato, tem que obter 361 votos dos 720 eurodeputados. 

    O novo Parlamento Europeu está muito mais hostil, e por causa disto, é possível que a política alemã conservadora simplesmente não obtenha os votos necessários. Mas se Ursula von der Leyen conseguir conquistar o aval do Parlamento Europeu, seu segundo mandato deve fortalecer a sua imagem de presidente da Comissão Europeia com mais poder e influência da história do bloco.

    Incerteza de vitória - Se Ursula von der Leyen não se reeleger, o executivo europeu enfrentaria uma situação inédita, inaugurando um período de incertezas que poderá durar pelo menos dois meses. Seria preciso, por exemplo, reiniciar o processo de nomeação de um novo candidato para ocupar a presidência da Comissão Europeia.

    Além disso, os líderes europeus dos 27 países do bloco teriam o prazo de um mês para chegar a um consenso sobre um novo nome para suceder Von der Leyen. Esta escolha teria então que ser novamente submetida à votação do Parlamento Europeu, provavelmente na segunda quinzena de setembro. . 

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