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    Perfil de Trump em rede social posta vídeo sobre 'criação de Reich Unificado'

    Equipe do ex-presidente dos EUA diz que vídeo foi postado inadvertidamente. Campanha de Biden afirma que o conteúdo “prenuncia um segundo mandato de Trump”

    Ex-presidente Donald Trump em evento de campanha em Freeland, Michigan, EUA (Foto: REUTERS/Brendan McDermid)

    247 - O perfil do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump na rede social Truth Social publicou um vídeo de 30 segundos que exibe hipotéticas manchetes de jornal que celebram a possível vitória do ex-mandatário na eleição presidencial estadunidense e que mencionam a criação de um "Reich unificado", seguido pela pergunta: "o que vem a seguir para a América?". Segundo o jornal The New York Times, a campanha de Trump “culpou um funcionário pela publicação do vídeo, mas não removeu o conteúdo imediatamente do ar”.

    O vídeo apresenta um estilo reminiscente dos jornais do início do século 20, utilizando supostamente textos reciclados de reportagens sobre a Primeira Guerra Mundial. Entre as referências, encontram-se menções à "força industrial alemã" e "paz através da força", além de afirmar que Trump deportaria 15 milhões de migrantes em um possível segundo mandato. Também há uma sugestão de que o republicano rejeitaria os "globalistas", termo frequentemente usado pela extrema direita e que, segundo acadêmicos, pode carregar conotações antissemitas.

    A frase "Reich unificado", repetida três vezes no vídeo, traz à mente o regime nazista de Adolf Hitler, conhecido como o "Terceiro Reich". Este termo é associado aos períodos do Sacro Império Romano e do Império Alemão de 1871-1918, que foi desmantelado após a Primeira Guerra Mundial. Hitler utilizou o ressentimento pela perda dos territórios alemães e a animosidade contra os judeus como trampolim para implantar um regime ditatorial.

    A campanha de Joe Biden acusou Trump de ecoar a Alemanha nazista ao publicar o vídeo, afirmando nas redes sociais que o conteúdo “prenuncia um segundo mandato de Trump”.

    Em resposta à publicação, a campanha de Trump atribuiu a responsabilidade a um funcionário, alegando que o ex-presidente estava em seu julgamento criminal em Nova York no momento da postagem. Contudo, o vídeo permaneceu disponível na conta de Trump até a noite de segunda-feira (20). Karoline Leavitt, porta-voz da campanha, declarou que o vídeo não era oficial e foi repostado inadvertidamente por um funcionário. "O verdadeiro extremista é Joe Biden", afirmou Leavitt.

    Em ocasiões anteriores, Trump já criticou judeus que votam nos democratas, sugerindo que "odeiam sua própria religião e Israel". Em um outro vídeo, ele afirmou que “se o povo judeu vai votar em Joe Biden, terá de ter a cabeça examinada”. Em 2022, Trump jantou com Nick Fuentes, um antissemita declarado e que é apontado um dos principais supremacistas brancos do país.

    “Ele também tentou minimizar o violento comício da supremacia branca em Charlottesville, Virgínia, em 2017, descrevendo o episódio como ‘uma grande farsa’. Uma mulher morreu e quase 40 pessoas ficaram feridas quando um neonazi confesso atropelou uma multidão com o seu carro”, destaca um trecho da reportagem.

    Os planos de Trump para um segundo mandato, que, segundo seus assessores, seria mais radical que o primeiro, têm sido alvo de críticas por ecoar líderes autoritários do passado. Ele desumanizou adversários políticos, chamando-os de "vermes", e prometeu não ser um ditador, "exceto no primeiro dia".

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