Polícia francesa evacua estudantes pró-palestinos da Sciences Po

247 - A polícia de Paris entrou na prestigiada universidade francesa Sciences Po nesta sexta-feira (3) e removeu estudantes ativistas que ocuparam seus edifícios durante a noite em protesto contra o genocídio de Israel contra o povo palestino, informa a Reuters.

Uma testemunha da Reuters viu a polícia entrar nos prédios e retirar muitos dos cerca de 70 manifestantes pró-Palestina que estavam lá dentro. Os protestos dos estudantes franceses foram pacíficos e não houve sinais de violência quando os estudantes foram retirados dos edifícios.

A universidade foi fechada durante o dia de sexta-feira, com forte presença policial em torno de seu prédio principal.

O gabinete do primeiro-ministro Gabriel Attal disse que os manifestantes foram evacuados de 23 instituições de ensino superior em todo o país na quinta-feira.  

A Sciences Po tornou-se o epicentro dos protestos estudantis franceses sobre a guerra e os laços acadêmicos com Israel, que se espalharam por França, mas permaneceram em escala menor do que os observados nos Estados Unidos.

“Há um nível de raiva e perplexidade em relação à situação, em relação ao silêncio ensurdecedor das instituições sobre o que tem acontecido (em Gaza) desde outubro”, disse Clement Petitjean, professor de estudos americanos na Universidade Sorbonne.

“Há um nível de raiva e insatisfação que já existia há algum tempo e (a guerra de Gaza) foi a faísca que causou este enorme incêndio que neste momento as elites políticas não sabem como extinguir.”

O diretor da Sciences Po, Jean Basseres, rejeitou na quinta-feira as exigências dos manifestantes para rever as suas relações com as universidades israelenses, levando os manifestantes a manterem-se firmes.

Jack, um estudante da Sciences Po que não quis revelar seu sobrenome, disse que foi um dos cerca de 70 estudantes que passaram a noite de quinta-feira ocupando um dos principais edifícios da universidade no centro de Paris.

Ele disse que os manifestantes rejeitaram um ultimato dos funcionários da universidade para limpar grandes partes do edifício e restringir o seu movimento a uma área menor definida.

Um porta-voz da Sciences Po disse que alguns de seus campi satélites em Reims, Le Havre e Poitiers também foram afetados por protestos.

A Sciences Po Lyon, uma universidade não afiliada na terceira maior cidade da França, também foi bloqueada por estudantes que protestavam na sexta-feira, assim como a escola de jornalismo de Lille, mostraram imagens transmitidas por canais de notícias franceses.