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    "Portas não estão totalmente fechadas para negociações", diz Amorim após encontro com Putin

    Assessor especial do presidente Lula teve um encontro com o presidente russo na semana passada em Moscou. Eles discutiram, entre outros assuntos, o conflito na Ucrânia

    Montagem: Celso Amorim e Vladimir Putin (Foto: Felipe L. Gonçalves/Brasil247 | REUTERS)

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    247 - Chefe da assessoria especial do presidente Lula, o ex-chanceler Celso Amorim esteve na quinta-feira (29) com o líder russo Vladimir Putin por cerca de uma hora. Ele foi discretamente a Moscou na semana passada.

    Na capital russa, Amorim foi recebido pelo secretário do Conselho de Segurança, Nikolai Patrushev, e pelo principal assessor do Kremlin para assuntos internacionais, Yuri Ushakov. Também teve um almoço com o chanceler Sergei Lavrov, que visitará Brasília no próximo dia 17. 

    “Quando eu saí daqui [de Brasília], não havia nenhuma certeza se falaria com Putin. Aliás, isso não estava nem previsto”, disse Amorim à emissora CNN Brasil. 

    No começo do encontro, os dois falaram um pouco sobre temas bilaterais: o fluxo comercial entre Brasil e Rússia, o fornecimento de fertilizantes, a possibilidade de uso das moedas locais para compensar exportações e importações. Depois, entraram nas questões relativas ao conflito armado na Ucrânia. 

    “Dizer que as portas estão abertas [para uma negociação de paz] seria exagero, mas dizer que elas estão totalmente fechadas também não é verdade”, afirmou Amorim. “Não há solução mágica [para interromper o conflito]. Mas haverá um momento em que, de um lado ou de outro, surgirá uma percepção de que o custo da guerra — não só o custo político, mas humano e econômico — será maior que o custo das concessões necessárias para a paz".

    Ele continuou: “Minha sensação é de que esse momento ainda não chegou, mas pode chegar mais rápido do que se pensa. E aí a existência de um grupo de países ‘neutros’ — nisso é necessário colocar aspas — pode ajudar”.

    Putin, por sua vez, segundo o relato de Amorim, destacou que os impasses que levaram ao conflito foram causados pelo Ocidente. “Mas havia o desejo de deixar alguma margem para que, em uma situação futura, haja algum tipo de negociação”, ponderou. 

    Durante o conflito na Ucrânia, são raros os casos em que Putin recebeu diretamente chanceleres ou assessores presidenciais. Em fevereiro, um dos poucos alto oficiais estrangeiros a ser recebido por Putin foi Wang Yi, principal diplomata do país asiático. 

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