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    Prefeito de Nova York Eric Adams é indiciado por corrupção, mas promete lutar contra as acusações

    Adams, o primeiro prefeito da cidade a enfrentar acusações criminais em pleno mandato, nega qualquer irregularidade

    Eric Adams (Foto: Reuters)

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    Reuters, NOVA YORK – O prefeito de Nova York, Eric Adams, afirmou na quarta-feira que espera ser formalmente acusado de crimes federais, após uma investigação que durou meses, e declarou categoricamente sua inocência. A notícia, inicialmente divulgada pelo jornal The New York Times, indica que Adams já teria sido indiciado por um grande júri federal, em um caso que envolve corrupção e possíveis doações ilegais para sua campanha de 2021.

    O prefeito, membro do Partido Democrata e ex-capitão da polícia, seria o primeiro dos 110 prefeitos da cidade a ser criminalmente acusado enquanto ainda está no cargo. Em um pronunciamento em vídeo, Adams deixou claro que pretende lutar contra as acusações. "Se eu for acusado, sei que sou inocente. Vou solicitar um julgamento imediato para que os nova-iorquinos possam ouvir a verdade", declarou.

    Adams também reiterou que permanecerá à frente da cidade durante o processo, apesar dos pedidos de renúncia por parte de outros políticos democratas. "Vocês me elegeram para liderar esta cidade, e é isso que farei", afirmou com firmeza.

    A investigação, conduzida pela Procuradoria dos Estados Unidos em Manhattan, segue em sigilo até que as acusações sejam oficialmente reveladas, o que deve ocorrer na quinta-feira, de acordo com fontes da reportagem do Times. No entanto, detalhes preliminares indicam que o foco está em supostas doações ilegais recebidas por sua campanha de 2021, possivelmente com envolvimento do governo turco, conforme relatado em uma matéria anterior do Times.

    Adams afirmou que as acusações "não são surpreendentes", uma vez que ele já vinha enfrentando "vazamentos e rumores" que, em sua opinião, visam minar sua credibilidade. Ele acrescentou que colaborou com as investigações em todo o processo e que seus advogados já haviam conduzido uma investigação independente sem encontrar evidências de ilegalidade.

    O caso, que também envolveu a apreensão de dispositivos eletrônicos de Adams pelo FBI em novembro do ano passado, atinge duramente a administração municipal. Nas últimas semanas, vários altos funcionários renunciaram, incluindo o comissário da polícia de Nova York, Edward Caban, e o principal assessor jurídico do prefeito.

    Com as acusações iminentes, as consequências políticas são vastas. Adams, que tem uma relação próxima com o presidente Joe Biden, pode ver suas chances de reeleição em 2025 prejudicadas. O controlador de Nova York, Brad Lander, já se posicionou como adversário na disputa e pediu publicamente a renúncia de Adams. "O caminho mais adequado é que ele deixe o cargo, para que a cidade de Nova York possa ter a atenção plena de sua liderança", afirmou Lander nas redes sociais.

    O caso também marca um momento de crise política sem precedentes na cidade de 8,3 milhões de habitantes. Caso Adams seja forçado a sair, o cargo de prefeito será assumido pelo advogado público Jumaane Williams, de acordo com a linha sucessória da cidade.

    Investigação internacional e contexto político

    O escopo da investigação não se limita apenas à campanha de 2021. Segundo reportagens anteriores do Times, as autoridades também estão investigando possíveis laços de Adams com governos estrangeiros, incluindo Israel, China, Catar, Coreia do Sul e Uzbequistão. Adams, que nega repetidamente qualquer envolvimento em irregularidades, afirma que tem colaborado desde o início com as autoridades federais.

    Se confirmadas as acusações, o futuro político de Adams e da cidade de Nova York pode estar em jogo. O caso não apenas ameaça interromper sua administração, mas também põe em risco sua tentativa de reeleição e a estabilidade do governo municipal em meio a uma série de investigações e demissões.

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