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    Presidente da CIJ afirma que há evidências suficientes para sustentar uma acusação de genocídio contra Israel

    Juíza Joan Donoghue citou a operação militar de Israel em grande escala em Gaza, que causou uma enorme quantidade de vítimas civis, destruição e deslocamento forçado dos palestinos

    Corte Internacional de Justiça (Foto: Reprodução)

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    247 - A Corte Internacional de Justiça (CIJ) se pronunciou nesta sexta-feira (26) pela primeira vez sobre a denúncia feita pela África do Sul contra o Estado de Israel de violação da Convenção das Nações Unidas sobre o Genocídio, na Faixa de Gaza. Na ação, o país africano pede medidas imediatas para suspender as ações militares de Israel contra os palestinos.

    A juíza Joan Donoghue, presidente da CIJ, afirmou que o tribunal está “plenamente consciente” da extensão da tragédia humana na Faixa de Gaza e começou seu discurso referindo-se ao ataque do Hamas dentro de Israel em 7 de outubro. Em seguida, citou a operação militar de Israel em grande escala em Gaza, por terra, ar e mar, que causou uma enorme quantidade de vítimas civis, destruição extensiva de infra-estruturas civis e deslocamento forçado dos palestinos. A magistrada ainda destacou a competência do tribunal para decidir sobre medidas emergenciais no caso dos ataques de Israel à Faixa de Gaza.

    Donoghue afirmou que há evidências suficientes para sustentar uma acusação de genocídio e enquadrar as ações de Israel nas disposições da Convenção do Genocídio.

    Antes da sessão desta sexta-feira, Osama Hamdan, porta-voz do Hamas, havia dito que "em primeiro lugar, se o tribunal emitir uma decisão de cessar-fogo, o Hamas respeitará o cessar-fogo enquanto o inimigo o respeitar. Em segundo lugar, o Hamas libertará os prisioneiros sionistas por ele detidos se o Estado ocupante libertar todos os prisioneiros palestinos por ele detidos".

    Ao longo das sessões da CIJ, os representantes da África do Sul elencaram “atos genocidas” cometidos por Israel na Faixa de Gaza e disseram que eles fazem “parte de uma continuidade de atos ilegais” perpetrados contra o povo palestino desde 1948. Ministro da Justiça da África do Sul, Ronald Lamola instou a CIJ a agir em tempo real para evitar que o genocídio do povo palestino continuasse. Um dos advogados sul-africanos ressaltou que “os líderes políticos, comandantes militares e pessoas que ocupam cargos oficiais de Israel declararam sistematicamente e em termos explícitos a sua intenção genocida”. Outro advogado destacou que órgãos da ONU, organizações de direitos humanos, instituições e Estados “consideraram coletivamente os atos cometidos por Israel como genocidas ou pelo menos alertaram que o povo palestino [está] em risco de genocídio”.

    Já os representantes de Israel alegaram que a África do Sul, em sua ação apresentada, ignora o ataque do Hamas em território israelense de 7 de outubro. Eles também acusaram a África do Sul de não investir adequadamente em um diálogo com Israel antes de acionar a CIJ. Sobre o número de civis mortos na Faixa de Gaza, a acusação recaiu sobre o Hamas. Israel culpa o grupo palestino, que usaria civis como escudos humanos. Um dos advogados escalados por Israel alegou que o país facilitou a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza, o que é amplamente contestado.

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