Primeiro voo entre Iêmen e Arábia Saudita em 7 anos sinaliza a atenuação do conflito
O conflito, caracterizado pela ONU como “o maior desastre humanitário da atualidade”, já causou mais de 377 mil mortos
247 - Nos últimos dias 17 e 19 realizaram-se dois voos diretos de Sanaa, controlada pelos Houthis, para a Arábia Saudita, os primeiros desde a suspensão que durou sete anos. Os voos levarão muçulmanos que realizarão a peregrinação à Meca, informa a CGTN.
O Iêmen está atravessando um conflito militar desde que a milícia Houthi assumiu o controle de várias cidades no norte e derrubou o governo iemenita de Sanaa em 2014.
A investida Houthi levou uma coalizão liderada pela Arábia Saudita a intervir em 2015 para tentar restaurar o governo. A coalizão fechou o aeroporto de Sanaa em agosto de 2016, como parte de um bloqueio aéreo e marítimo nas áreas controladas pelos Houthis no Iêmen, segundo a fonte.
O conflito, caracterizado pela ONU como “o maior desastre humanitário da atualidade”, já causou mais de 377 mil mortos segundo a organização, e estima-se que 20 milhões de iemenitas sofrem de fome e desnutrição, o equivalente a 60% da população.
A situação no país tem sido marcada pelo envolvimento de várias potências externas, incluindo os Estados Unidos. Desde o início do conflito em 2015, os EUA têm desempenhado um papel significativo, fornecendo apoio político, logístico e militar para a coalizão liderada pela Arábia Saudita, com a intenção de confrontar o Irã, também envolvido no conflito.
Nos EUA esse envolvimento vem sendo duramente criticado tanto por muitos ativistas e congressistas, desde republicanos aos democratas, devido aos gastos militares massivos e a utilização destes armamentos em massacres e violações de direitos humanos.
O acordo entre o Irã e a Arábia Saudita assinado em março, mediado pela China, tem contribuído para a atenuação do conflito no Iêmen. Com o apoio de Pequim, os dois países decidiram reestabelecer relações diplomáticas. Os recentes voos entre a capital iemenita e a Arábia Saudita sinalizam mais um passo no processo de estabilização da região.