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Promotor diz que suborno de Donald Trump minou a eleição de 2016

Jurados avaliam se o ex-presidente americano falsificou documentos comerciais para acobertar o pagamento pelo silêncio de uma estrela pornô

Donald Trump (Foto: Curtis Means/Pool via Reuters)

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Por Jack Queen e Luc Cohen e Andy Sullivan

NOVA YORK (Reuters) - Um promotor de Nova York disse ao júri que Donald Trump participou de uma conspiração para corromper a eleição de 2016 e tentou depois acobertá-la, enquanto advogados apresentavam seus argumentos finais nesta terça-feira no julgamento criminal contra o ex-presidente dos Estados Unidos sobre a compra de silêncio.

O promotor Joshua Steinglass disse aos jurados que eles precisam avaliar se Trump, de 77 anos, falsificou documentos comerciais para acobertar o pagamento pelo silêncio de uma estrela pornô antes da eleição presidencial de 2016.

Ele também defendeu que o júri precisa considerar preocupações políticas mais amplas, como a possibilidade de que Trump e seus aliados, como o editor-chefe de um tabloide, David Pecker, terem minado a eleição ao controlar quais informações chegariam aos eleitores.

"Esse esquema, elaborado por esses homens naquele momento, pode muito bem ser o que levou o presidente Trump a ser eleito", disse Steinglass.

Os jurados podem começar as deliberações ainda na quarta-feira.

Steinglass falou após um advogado de Trump pedir que os jurados deixassem de lado opiniões pessoais sobre Trump, candidato republicano na eleição presidencial de 2024, e apenas determinassem se os promotores provaram o seu caso.

"Se o seu foco for apenas nas evidências que vocês ouviram neste tribunal, será um veredito muito, muito rápido e fácil de inocente", afirmou o advogado de Trump, Todd Blanche.

O caso está relacionado a um pagamento de 130.000 dólares nas últimas semanas da eleição de 2016 que garantiu que a estrela pornô Stormy Daniels não contasse aos eleitores sua história sobre um suposto encontro sexual com Trump.

Blanche disse que Daniels estava tentando extorquir Trump ao ameaçar levar o relato ao público, no momento em que ele lidava com uma série de histórias sobre má conduta sexual nas últimas semanas da eleição de 2016. Trump nega ter feito algo errado e diz que nunca fez sexo com Daniels.

Steinglass disse que é irrelevante se Daniels queria ser paga porque Trump violou a lei ao acobertar evidências de que o seu faz-tudo, Michael Cohen, pagou 130.000 dólares para que ela ficasse quieta.

"Você não pode cometer fraude eleitoral ou falsificar registros comerciais porque acha que está sendo vitimizado", afirmou Steinglass.

Os promotores disseram que o pagamento a Daniels representa contribuição imprópria de campanha porque impediu que os eleitores soubessem de um suposto caso que poderia ter influenciado a tomada de decisão.

Steinglass fez referência ao depoimento de Pecker, ex-editor-chefe do National Enquirer, que descreveu um acordo com Trump para comprar e enterrar histórias que poderiam prejudicar sua candidatura.

Os promotores precisam provar que Trump é culpado "além de uma dúvida razoável", o sarrafo de certeza exigido pela lei norte-americana.

Uma condenação não impedirá que Trump tente recuperar a Casa Branca do presidente democrata Joe Biden na eleição de 5 de novembro. Nem o impedirá de ser empossado se vencer. As pesquisas de opinião mostram uma disputa acirrada entre ele e o presidente democrata Joe Biden.

(Reportagem de Jack Queen e Luc Cohen em Nova York e Andy Sullivan e Washington)

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