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    Proposta de paz de Putin muda o jogo e torna conferência suíça irrelevante, diz Kremlin

    Putin disse que a Rússia cessaria imediatamente o fogo e começaria negociações com a Ucrânia após Kiev retirar tropas do território das novas regiões revindicadas por Moscou

    A suíça Viola Amherd conversa com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, durante a cúpula em Stansstad 16/06/2024 (Foto: MICHAEL BUHOLZER/REUTERS)

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    247 - A iniciativa de paz do presidente russo, Vladimir Putin, para a paz na Ucrânia tornou a conferência realizada na Suíça nos dias 15 e 16 de junho 'irrelevante', disse nesta segunda-feira (17) o assessor do Kremlin Yuri Ushakov. 

    "Em nossa opinião, as propostas de paz do presidente russo tornaram irrelevantes os resultados da conferência suíça," disse Ushakov a repórteres. Os participantes da conferência tiveram que levar em consideração a proposta de Putin, gostassem ou não, de acordo com o assessor do Kremlin.

    Ushakov também disse que ainda não ouviu nenhuma "proposta concreta" sobre mediação entre Rússia e Ucrânia de outros países, mas o "processo de compreensão" da iniciativa de Putin pode levar a propostas concretas. Alguns refletiram sobre a iniciativa de Putin, e seu número aumentará, disse Ushakov.

    "Acho que o processo de reflexão sobre o que o presidente propôs na sexta-feira avançará, e algumas percepções provavelmente surgirão. Especialmente se alguém puder realmente entender e perceber que essa é uma maneira real de acabar com a guerra," disse Ushakov, acrescentando que ainda não está familiarizado com propostas em relação à iniciativa de Putin, mas as considerações certamente aparecerão.

    Na última sexta-feira (14), Putin disse que a Rússia cessaria imediatamente o fogo e começaria negociações com a Ucrânia após Kiev retirar tropas do território das novas regiões revindicadas por Moscou e abandonar oficialmente os planos de aderir à Otan. 

    O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, chamou a proposta de Moscou de um ultimato, enquanto seu assessor Mykhailo Podolyak afirmou que as novas iniciativas russas não continham uma "proposta real de paz."

    Mais de 90 países participaram das discussões de dois dias na Suíça. Mas a decisão da China de não participar praticamente garantiu que a cúpula não atingiria o objetivo da Ucrânia de persuadir os principais países do Sul Global a se unirem para isolar a Rússia. As negociações foram anunciadas como uma “cúpula da paz”, embora Moscou não tenha sido convidada. 

    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que esteve na Europa nesta semana, também decidiu não participar da cúpula. Na avaliação do governo brasileiro, não faz sentido a participação do país em uma cúpula que não envolve os dois lados em conflito.

    A Índia, a Indonésia, o México, a Arábia Saudita e a África do Sul se recusaram a assinar o comunicado oficial da cúpula, embora algumas questões controversas tenham sido omitidas na esperança de obter um apoio mais amplo. 

    No terceiro ano da guerra, a Rússia controla quase 20% da Ucrânia e tem avançado gradualmente em várias frentes desde fevereiro. (Com informações de agências). 

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