Putin acusa EUA de participação direta em ataques ucranianos com mísseis de longo alcance
Conflito na Ucrânia se tornou global após ataques de longo alcance com armas ocidentais, disse o presidente russo
247 - O presidente da Rússia, Vladimir Putin, dirigiu-se nesta quinta-feira (21) ao pessoal das Forças Armadas russas e aos cidadãos do país para informá-los sobre os acontecimentos na zona da operação militar especial.
"Gostaria de informar ao pessoal das Forças Armadas da Rússia, aos cidadãos do nosso país, aos nossos amigos ao redor do mundo, bem como àqueles que ainda nutrem ilusões sobre a possibilidade de impor uma derrota estratégica à Rússia, sobre os eventos que estão ocorrendo hoje na zona da operação militar especial, em especial após o uso de armas de longo alcance de fabricação ocidental em nosso território", declarou Putin em seu discurso, citado pela agência Sputnik.
A Rússia responderá de forma decisiva e de maneira equivalente em caso de uma escalada agressiva na Ucrânia, afirmou o presidente. "Em caso de escalada de ações agressivas, também responderemos de forma resoluta e espelhada. Recomendo que as elites governantes dos países que estão elaborando planos para usar seus contingentes militares contra a Rússia considerem isso seriamente", declarou.
O conflito na Ucrânia adquiriu elementos de caráter global após os ataques com mísseis de longo alcance ocidentais nas regiões russas de Kursk e Bryansk, acrescentou Putin.
"A partir desse momento, como temos enfatizado repetidamente, o conflito regional na Ucrânia, anteriormente provocado pelo Ocidente, adquiriu elementos de caráter global", declarou Putin.
Putin disse ainda que os Estados Unidos cometeram um erro ao destruir o tratado de eliminação de mísseis de médio e curto alcance (Tratado INF) em 2019. "Acreditamos que os Estados Unidos cometeram um erro ao destruir unilateralmente o tratado de eliminação de mísseis de médio e curto alcance em 2019, sob um pretexto infundado", declarou Putin em um discurso à nação.
Putin acusou os EUA de empurrar o mundo inteiro para um conflito global.
"A questão da implantação futura de mísseis de médio e curto alcance será decidida por nós com base nas ações dos Estados Unidos e de seus satélites. Os alvos para destruição durante os testes de nossos mais novos sistemas de mísseis serão determinados com base nas ameaças à segurança da Federação Russa", afirmou o presidente russo.
Além disso, Putin disse que a Rússia oferecerá aos civis na Ucrânia, bem como a cidadãos de outros estados amigos, a oportunidade de deixar antecipadamente as zonas de possível destruição.
"É claro que, ao escolher, se necessário, e como resposta, um alvo para a destruição de sistemas como o Oreshnik no território da Ucrânia, ofereceremos aos civis, com antecedência, assim como pediremos aos cidadãos de estados amigos localizados nesses locais, que deixem as zonas perigosas. Faremos isso por razões humanitárias — de forma aberta, pública, sem medo de oposição do inimigo", declarou Putin.
Por fim, Putin afirmou que a Ucrânia disparou seis mísseis balísticos ATACMS fabricados nos EUA em 19 de novembro e utilizou mísseis de longo alcance Storm Shadow, de fabricação britânica, para atingir alvos nas regiões russas de Kursk e Bryansk dois dias depois.
"Em 19 de novembro, foram disparados seis mísseis táticos ATACMS de fabricação americana e, em 21 de novembro, foi realizado um ataque combinado com mísseis usando sistemas Storm Shadow, fabricados no Reino Unido, e HIMARS, fabricados nos EUA, visando instalações militares na Rússia: nas regiões de Bryansk e Kursk", disse.
Putin destacou que é impossível utilizar armas de longo alcance no território da Rússia sem a assistência de especialistas dos países onde essas armas foram fabricadas.
"Os especialistas sabem muito bem, e o lado russo tem enfatizado isso repetidamente, que é impossível usar essas [armas de longo alcance] sem a participação direta de especialistas militares dos países que produzem tais armas", declarou o presidente russo em seu discurso.
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