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    Relatora da ONU fala pela 1ª vez em genocídio contra o povo palestino e pede embargo de armas para Israel

    "Os atos genocidas foram aprovados e efetivados após declarações de intenção genocida emitidas por altos funcionários militares e do governo", diz Francesa Albanese no documento

    Palestinos fogem para o sul da Faixa de Gaza em meio a ataques israelenses no enclave (Foto: REUTERS/Ibraheem Abu Mustafa)

    247 - Francesa Albanese, relatora da ONU sobre os territórios palestinos ocupados, emitiu um relatório nesta segunda-feira (25) acusando Israel de perpetrar um genocídio contra os palestinos em Gaza. Este é o primeiro informe no âmbito da ONU a abordar explicitamente a existência desse crime. Segundo a coluna do jornalista Jamil Chade, do UOL, Albanese pede no documento que “os responsáveis sejam levados à Justiça e que um embargo de armas seja estabelecido contra Israel”. Também nesta segunda-feira, a ONU aprovou pela primeira vez uma resolução sobre a necessidade de um cessar-fogo imediato para o conflito que já matou mais de 32 mil palestinos. 

    "A natureza e a escala avassaladoras do ataque de Israel a Gaza e as condições destrutivas de vida que ele infligiu revelam a intenção de destruir fisicamente os palestinos como um grupo", diz um trecho do relatório. Ainda segundo Chade, o documento considera “que há motivos razoáveis para acreditar que o limite que indica o cometimento dos seguintes atos de genocídio contra os palestinos em Gaza foi atingido”. "Os atos genocidas foram aprovados e efetivados após declarações de intenção genocida emitidas por altos funcionários militares e do governo", afirmou Albanese. 

    O relatório também critica Israel por sua abordagem distorcida das leis internacionais durante o conflito, rotulando indiscriminadamente toda a população palestina e sua infraestrutura como "terrorista" ou "apoiadora do terrorismo", justificando assim os ataques generalizados. Segundo Albanese, "nenhum palestino em Gaza está seguro" devido a essa política.

    Ainda segundo a relatora, “por mais de sete décadas, esse processo sufocou o povo palestino como um grupo - demográfica, cultural, econômica e politicamente -, buscando deslocá-lo e expropriar e controlar suas terras e recursos. A Nakba em andamento deve ser interrompida e remediada de uma vez por todas. Esse é um imperativo devido às vítimas dessa tragédia altamente evitável e às gerações futuras dessa terra”.

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