Representante palestino na ONU rebate versão de Netanyahu para ataque a hospital de Gaza: 'é um mentiroso'
“Eles são responsáveis por esse crime e não podem fabricar histórias para lidar com isso”, afirmou o embaixador palestino Riyad Mansour
247 - O embaixador palestino na ONU, Riyad Mansour, acusou veementemente Israel de ser responsável pelo ataque fatal no Hospital Al-Ahli, em Gaza, e chamou o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, de "mentiroso" por atribuir o ataque ao grupo ISIL (ISIS).
"Estão mudando a narrativa para tentar culpar os palestinos. Isso é uma mentira", afirmou Mansour durante uma coletiva de imprensa realizada na sede da ONU. Ele acrescentou: "Ele é um mentiroso. Seu porta-voz digital tuitou que Israel realizou o ataque acreditando que havia uma base do Hamas ao redor desse hospital, e depois apagou o tweet."
Mansour também destacou que um porta-voz das Forças Armadas israelenses havia sugerido anteriormente que hospitais poderiam ser alvos em potencial e recomendou sua evacuação. “Eles são responsáveis por esse crime e não podem fabricar histórias para lidar com isso.”
O porta-voz do grupo Jihad Islâmica, Daoud Shehab, negou que o grupo seja responsável pelo bombardeio ao hospital da cidade de Gaza, que matou cerca de 500 pessoas nesta terça-feira (17). “Isso é uma mentira e uma invenção, é completamente incorreto. A ocupação está tentando encobrir os horríveis crimes e massacres que cometeram contra civis”, disse Daoud Shehab à Reuters.
As Forças de Defesa de Israel afirmaram que foguetes da Jihad Islâmica que haviam sido disparados contra o território israelense erraram o alvo e atingiram o edfício do hospital. Shehab afirmou que não havia operações das brigadas Al-Quds, o braço armado da Jihad Islâmica, naquela área da cidade de Gaza. >>> Arábia Saudita classifica de “crime hediondo” ataque de Israel a hospital em Gaza
O líder do Hamas, Ismail Haniyeh, condenou nesta terça-feira (17) o bombardeio a um hospital da Cidade de Gaza e disse que os Estados Unidos "têm responsabilidade pelo ataque por acobertar as agressões de Israel". Haniyeh, que comanda o Hamas desde 2017, vive atualmente no Catar e é um dos principais alvos do Exército israelense.
O governo do Irã classificou o bombardeio como "um crime de guerra selvagem", segundo a agência de notícias estatal iraniana.
Atacar hospitais e instalações de saúde civis durante conflitos é crime de guerra, segundo o direito humanitário internacional. A proibição de ataque contra hospitais civis faz parte da Convenção de Genebra de 1949. O artigo 18, Título II da IV convenção determina que cada hospital civil deve receber um documento que o certifique como centro de saúde civil. >>> Egito condena o crime de guerra israelense: "grave violação dos valores mais básicos da humanidade"
Além disso, o local deve ser identificado como tal de forma visível por meio ou da cruz vermelha, ou do crescente vermelho ou do leão ou do sol vermelhos. Em qualquer um dos casos, o fundo deve ser branco. Israel está, desde julho de 1951, entre os Estados parte que se comprometeram a respeitar as Convenções de Genebra.
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