Rússia critica Pacto para o Futuro como golpe na ONU

TASS - O Primeiro Representante Permanente Adjunto da Rússia nas Nações Unidas, Dmitry Polyansky, criticou o Pacto para o Futuro, adotado em uma cúpula na sede das Nações Unidas, como um golpe para a organização mundial.

"Lamentavelmente, não há nada de bom que hoje (em 22 de setembro - TASS) as Nações Unidas tenham adotado um Pacto para o Futuro. As Nações Unidas infringiram seus próprios princípios ao bajular um grupo de delegações do 'belo jardim', que usurparam as negociações desde o início. E a maioria da 'selva', como um rebanho, não conseguiu encontrar coragem suficiente para protestar e defender seus direitos. São eles que arcarão com a responsabilidade pelas consequências", escreveu ele em sua conta X.

Segundo o diplomata russo, o pacto é desequilibrado e tem disposições muito perigosas, que levarão a um efeito oposto e minarão a natureza multipartidária e intergovernamental das Nações Unidas comprometida com o papel na Carta da ONU. "Este é um golpe enorme para a organização em geral", ele enfatizou.

"Como resultado, não houve um processo de negociação inclusivo no entendimento normal deste termo", ele observou. "O novo presidente da 78ª Assembleia Geral da ONU [Philemon Yang] tentou corrigir a situação, mas era tarde demais."

O vice-ministro das Relações Exteriores russo Sergey Vershinin disse à Cúpula do Futuro da ONU que várias delegações não apoiaram o texto que havia sido submetido com violações do procedimento. O diplomata russo sênior sugeriu que Yang adiasse a votação do documento até que todas as suas disposições fossem acordadas. Depois que a emenda da Rússia foi rejeitada, Vershinin disse que a Rússia estava se distanciando do consenso sobre o Pacto para o Futuro e o Pacto Digital Global. Ele disse que isso dizia respeito especialmente às disposições sobre desarmamento, questões da participação de organizações não governamentais nas atividades do Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos.

A Cúpula do Futuro está sendo realizada na sede da ONU em Nova York nos dias 22 e 23 de setembro, antes do debate político da 79ª sessão da Assembleia Geral da ONU. O objetivo da cúpula é discutir desafios globais e elaborar soluções coletivas. No entanto, os membros do Conselho de Segurança da ONU não estão participando dela no nível de chefes de estado e governo.