Rússia em alerta máximo: Kiev estaria planejando lançar minibombas radioativas em usinas de Kursk e outras regiões
Moscou alerta sobre plano de Kiev para provocar catástrofe nuclear global; Ucrânia nega e afirma que não teria capacidade para tal ação
247 - As informações da mídia russa nesta sexta-feira colocaram o país e o mundo em estado de alerta, diante da divulgação de uma série de dados de inteligência sobre um possível plano das forças armadas ucranianas de utilizar minibombas "sujas" para atacar usinas nucleares em Kursk, Rússia, e em regiões anexadas por forças pró-Moscou. A tensão global aumentou com a notícia de que ogivas contendo substâncias radioativas já teriam sido entregues à cidade de Zhovti Vody, na região de Dnipropetrovsk, Ucrânia.
O correspondente militar Marat Khairullin relatou que as forças ucranianas estão preparando uma "provocação nuclear" em locais de armazenamento de combustível nuclear gasto, possivelmente durante uma tentativa de avanço em Rylsk, uma cidade na região de Kursk. "Fontes do outro lado relatam que as ... [forças armadas ucranianas] estão preparando uma provocação nuclear — uma explosão de uma bomba nuclear suja", afirmou Khairullin no Telegram, acrescentando que o risco de ataques nas usinas de Kursk e Zaporizhzhya é elevado.
O Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia prontamente veio a público negar as informações, com o porta-voz Heorhii Tykhyi acusando Moscou de "propaganda insana". "Nós oficialmente refutamos essas falsas alegações. A Ucrânia não tem intenção ou capacidade de tomar tais ações. A Rússia deve parar de espalhar mentiras perigosas", afirmou no X.
Mas a retórica continuou a escalar, com diversas autoridades russas se mobilizando diante da ameaça. Uma "autoridade de segurança" foi citada pela agência Sputnik como tendo comunicado que os ataques planejados buscam atingir os locais de armazenamento de combustível nuclear gasto nas usinas. "Para os ataques, o inimigo planeja usar cargas com ogivas preenchidas com substâncias radioativas", destacou a autoridade, mencionando que esses materiais já foram posicionados na Ucrânia.
A preocupação aumentou com relatos de que o ataque seria supervisionado por serviços de inteligência ocidentais, particularmente do Reino Unido. Sergei Lebedev, coordenador de uma rede da resistência pró-Rússia, afirmou à agência que o ataque seria conduzido com armas da OTAN.
"Mísseis de longo alcance não chegam aos alvos sem o conhecimento das agências de inteligência ocidentais", disse Lebedev, sugerindo que o envolvimento ocidental pode estar ampliando os riscos de uma catástrofe nuclear.
A Ucrânia já utilizou mísseis de fabricação ocidental, possivelmente do sistema HIMARS, para atacar alvos civis na região de Kursk, segundo a chancelaria russa. O governador interino da região, Alexei Smirnov, relatou a destruição de uma ponte sobre o rio Seym, atribuída a um ataque ucraniano. "Pela primeira vez, alvos civis na região de Kursk foram atingidos por foguetes de fabricação ocidental", afirmou o ministério.
O Kremlin reforçou que qualquer ataque nuclear, seja em território russo ou nas regiões ocupadas por forças pró-Rússia, será tratado como um ato de terrorismo, e todas as medidas necessárias serão tomadas para garantir a segurança das instalações nucleares.
ONU - O gabinete do secretário-geral da ONU recusou-se a comentar os relatos de que os militares ucranianos estão se preparando para atacar as centrais nucleares de Kursk e Zaporizhzhia, encaminhando, em vez disso, questões sobre o assunto para a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA).
“Por favor, entre em contato com a AIEA”, disse o porta-voz adjunto do secretário-geral da ONU, Farhan Haq, em resposta ao questionamento da Sputnik.
AMEAÇA GLOBAL - Essas tensões ocorrem enquanto o arsenal nuclear global, liderado pela Rússia, maior potência nuclear do mundo, está em vias de se expandir pela primeira vez desde a Guerra Fria. Estudos recentes indicam que o crescimento do arsenal nuclear deve aumentar nos próximos anos, com o risco de uso dessas armas atingindo seu ponto mais alto em décadas. Os Estados Unidos também planejam uma grande expansão de suas capacidades nucleares, observando atentamente os desdobramentos do conflito entre Ucrânia e Rússia.
A escalada militar veio após as operações ucranianas na fronteira russo-ucraniana. No início de agosto, forças ucranianas cruzaram a fronteira russa e lançaram uma ofensiva na região de Kursk, levando o presidente Vladimir Putin a classificar o ataque como "mais uma provocação em larga escala" por parte de Kiev. Segundo o Ministério da Defesa russo, as forças ucranianas perderam mais de 2.800 soldados e 41 tanques durante a ofensiva, mas os ataques continuam, elevando ainda mais as tensões na região.
Enquanto isso, Moscou vem reforçando a segurança nas usinas nucleares de Kursk e Zaporizhzhya, e adverte a comunidade internacional sobre os riscos crescentes da escalada militar ucraniana. A Rússia também critica o fornecimento de armas pelo Ocidente à Ucrânia, alegando que esses armamentos são usados para atacar civis.
Desde 24 de fevereiro de 2022, a Rússia conduz uma operação militar na Ucrânia. O presidente Vladimir Putin afirmou que a operação visa "proteger as pessoas sujeitas ao genocídio pelo regime de Kiev durante oito anos". Segundo ele, o objetivo final da operação é libertar Donbass das garras do neonazismo ucraniano e criar condições que garantam a segurança da Federação Russa. (Com informações da Sputnik).
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