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    Saiba quem é Abu Mohammed al-Julani, líder da revolta que derrubou Assad na Síria

    Líder do HTS, al-Julani fundou o grupo com foco na criação de uma "república islâmica" na Síria e tem ligações com a Al Qaeda

    Abu Mohammed al-Julani, líder do grupo armado Hayat Tahrir al-Sham (HTS) (Foto: AFP)

    247 – Abu Mohammed al-Julani, líder do grupo armado Hayat Tahrir al-Sham (HTS), desempenhou papel central na deposição do governo de Bashar al-Assad na Síria. Segundo reportagem da Al Jazeera, al-Julani consolidou sua posição como uma das figuras mais poderosas no complexo cenário do conflito sírio, liderando ofensivas significativas, como a captura de Aleppo em apenas três dias.

    Líder do HTS, al-Julani fundou o grupo com foco na criação de uma "república islâmica" na Síria, distanciando-se de outros movimentos transnacionais. Desde 2016, ele tem buscado apresentar o HTS como um governo legítimo nas áreas sob seu controle, oferecendo serviços como educação, saúde e infraestrutura por meio do Governo de Salvação Sírio, estabelecido em 2017. No entanto, relatos de repressão, desaparecimentos e violência contra manifestantes críticos mancham a imagem do grupo.

    Passado e ascensão

    Nascido Ahmed Hussein al-Sharaa, em 1982, na Arábia Saudita, al-Julani cresceu perto de Damasco antes de ingressar na Al-Qaeda no Iraque em 2003. Detido pelas forças dos Estados Unidos em 2006, passou cinco anos sob custódia. Após sua libertação, foi encarregado de estabelecer a filial síria da Al-Qaeda, conhecida como Frente al-Nusra. Nos anos seguintes, al-Julani rejeitou a transformação da Frente al-Nusra em Estado Islâmico (ISIS), mantendo sua lealdade à Al-Qaeda até anunciar a independência de seu grupo em 2016.

    Em 2017, o HTS surgiu como resultado da fusão de diversas facções armadas, estabelecendo-se como o maior grupo de oposição armada na Síria. Apesar de declarar foco em uma agenda nacional, al-Julani e o HTS permanecem designados como organizações terroristas por entidades como as Nações Unidas, EUA e União Europeia.

    Futuro e desafios

    Nos últimos anos, al-Julani buscou reposicionar o HTS, tentando projetar uma imagem de governança responsável e disposição para cooperação internacional. Analistas, como Hassan Hassan, destacam que ele procura legitimar o grupo no cenário global, apesar das acusações de repressão interna e o rótulo de terrorismo.

    Enquanto o HTS continua operando em Idlib, al-Julani permanece como uma figura controversa, cujo impacto reverbera dentro e fora da Síria.

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