Suprema Corte da Rússia proíbe "movimento LGBT", reconhecido como "organização extremista"

247 - A Suprema Corte da Rússia reconheceu o "movimento social LGBT internacional" como uma "organização extremista" e proibiu sua atuação no país, informou um correspondente da agência Sputnik nesta quinta-feira (30).

“Para satisfazer as reivindicações: reconhecer o movimento social LGBT internacional como uma organização extremista e proibir as suas atividades na Rússia”, anunciou o juiz a decisão.

A decisão de proibir o movimento LGBT na Rússia entra em vigor imediatamente, disse o tribunal. O Ministério da Justiça russo entrou com a ação na Suprema Corte. Segundo o ministério, o movimento LGBT na Rússia demonstra “vários sinais e manifestações de orientação extremista, incluindo o incitamento à discórdia social e religiosa”. 

Ao mesmo tempo, um representante do Ministério da Justiça assegurou na ONU recentemente que os direitos das pessoas LGBT são protegidos por lei e que o sistema jurídico visa apenas a “propaganda de relações sexuais não tradicionais” que "ameaçam os valores tradicionais".  >>> Rússia vai realmente proibir LGBTs?

A homossexualidade foi crime na Rússia até 1993 e considerada doença mental até 1999. Apesar da queda das restrições legais, a Rússia tem endurecido progressivamente sua legislação com o objetivo de restringir a disseminação da "ideologia LGBT".

O presidente Vladimir Putin há muito tempo promove uma imagem da Rússia como guardiã dos valores morais tradicionais, em contraste com um Ocidente decadente.

Desde 2013, o país proibiu a "propaganda LGBT" destinada a menores de idade, e essa proibição foi reforçada em dezembro passado com a introdução de multas pesadas para quem promover "relações sexuais não tradicionais", pedofilia e transgenerismo, tanto para menores quanto para adultos. Em 2020, Putin promoveu uma reforma constitucional que proibiu o casamento entre pessoas do mesmo sexo.