Trump provoca “incompreensão” na União Europeia ao sugerir uso de força para tomar Groenlândia
Declarações do presidente eleito dos EUA geram críticas na Alemanha e reações cautelosas na Dinamarca
247 - As recentes declarações do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, sugerindo a possibilidade de uso da força para incorporar a Groenlândia ao território americano, geraram desconforto e "incompreensão" na União Europeia, segundo o chanceler alemão Olaf Scholz. As informações foram divulgadas nesta quarta-feira (8) durante uma coletiva de imprensa em Berlim, e destacadas em reportagem do Uol.
“Em minhas conversas com nossos parceiros europeus, houve uma notável incompreensão no que diz respeito às declarações atuais dos Estados Unidos sobre o princípio da inviolabilidade das fronteiras”, afirmou Scholz, sem mencionar diretamente Trump. Ele reforçou que o respeito às fronteiras é um princípio essencial do direito internacional, aplicável a todas as nações, "sejam elas pequenas ou muito poderosas".
As declarações de Trump, feitas na última terça-feira (7), reiteraram suas ambições de expansão no canal do Panamá e na Groenlândia, sugerindo que o uso de força não estaria fora de questão. A posição provocou reações imediatas de líderes europeus, especialmente da Alemanha, que compararam a postura americana à violação de princípios internacionais por parte da Rússia.
“O presidente russo, Vladimir Putin, violou esse princípio ao invadir a Ucrânia, o que trouxe a guerra para a Europa”, destacou Scholz, sugerindo uma equivalência entre a postura de Trump e os atos de Moscou.
Nos Estados Unidos, o secretário de Estado em fim de mandato, Antony Blinken, rejeitou as ameaças de Trump. “A ideia expressa sobre a Groenlândia obviamente não é boa, mas talvez o mais importante seja que isso obviamente não vai acontecer”, afirmou Blinken em uma coletiva de imprensa em Paris.
Por outro lado, o chanceler dinamarquês, Lars Løkke Rasmussen, adotou um tom mais diplomático, indicando abertura para diálogo com Washington sobre os interesses estratégicos americanos no Ártico. “Estamos abertos a discutir as preocupações dos Estados Unidos, mas sempre com base no respeito ao direito internacional e à soberania da Dinamarca”, declarou Rasmussen.
O interesse pela Groenlândia, um território autônomo dinamarquês rico em recursos naturais e estrategicamente localizado no Ártico, tem crescido nos últimos anos. No entanto, as declarações de Trump adicionam tensão a uma já complicada relação entre os Estados Unidos e seus aliados europeus, em um momento de transição política em Washington.
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