Trump se encaixa na definição de fascista, diz seu ex-chefe de gabinete
John Kelly, um crítico de longa data de Trump, disse ao New York Times que o ex-presidente não entende a Constituição dos EUA
(Reuters) - O candidato republicano à Presidência dos EUA, Donald Trump, se encaixa na definição de fascista e "prefere a abordagem de ditador ao governo", disse seu ex-chefe de gabinete da Casa Branca em uma série de entrevistas ao New York Times.
Faltando menos de duas semanas para a eleição presidencial de 5 de novembro, John Kelly, um crítico de longa data de Trump, disse ao New York Times que o ex-presidente não entende a Constituição dos EUA ou o conceito de Estado de Direito.
Kelly disse que Trump procurará governar como um líder autoritário se retornar à Casa Branca. Nas entrevistas publicadas na terça-feira, ele citou Trump como tendo lhe dito que o ditador nazista Adolf Hitler "fez algumas coisas boas".
A equipe de Trump negou os relatos.
"Ele certamente prefere a abordagem ditatorial ao governo", disse Kelly, segundo o jornal. "Certamente o ex-presidente está na área da extrema-direita, ele é certamente um autoritário, admira pessoas que são ditadores -- ele já disse isso. Portanto, ele certamente se enquadra na definição geral de fascista, com certeza."
Kelly, um general aposentado do Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA, atuou como chefe de gabinete de Trump na Casa Branca entre 2017 e 2019. Desde então, o relacionamento entre os dois homens azedou e ambos falam abertamente sobre o desdém que sentem um pelo outro.
Steven Cheung, um porta-voz da campanha de Trump, disse em um comunicado que Kelly "se envergonhou a si mesmo totalmente com essas histórias desmentidas".
A vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, candidata democrata à Presidência, disse nesta quarta-feira que os comentários relatados eram preocupantes.
"É profundamente preocupante e incrivelmente perigoso que Donald Trump invoque Adolf Hitler, o homem que é responsável pela morte de seis milhões de judeus e centenas de milhares de americanos", disse ela a repórteres do lado de fora de sua residência oficial.
"Em um segundo mandato, pessoas como John Kelly não estariam lá para serem proteções contra suas propensões (de Trump) e suas ações", disse Kamala nesta quarta-feira.
Kelly fez comentários críticos sobre Trump em entrevistas anteriores. Ele não está a par das discussões internas na órbita de Trump e, portanto, não pode falar com certeza sobre como Trump governará.
Kamala tem usado comentários que Trump fez durante um evento da Fox News em dezembro, quando disse que, se ganhasse a eleição de 2024, seria um ditador, mas apenas no "Dia Um", para fechar a fronteira sul com o México e expandir a exploração de petróleo.
Kamala e seus pares democratas argumentam que Trump é uma ameaça à democracia dos EUA, algo que Trump nega e diz ser verdade em relação à candidata democrata.
Na entrevista ao Times, Kelly enfatizou que, como ex-militar, não estava apoiando nenhum candidato.
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