Trump volta a defender anexação do Canadá diante de retaliação de Trudeau
A declaração ocorre depois que, no sábado, Trump anunciou tarifas de 25% sobre todos os produtos canadenses e mexicanos
247 - Um dia após o início da guerra comercial entre Estados Unidos e Canadá, o presidente americano Donald Trump voltou a sugerir a anexação do país vizinho. Em uma série de postagens em suas redes sociais, o republicano justificou a necessidade de impor tarifas contra bens de aliados e afirmou que o Canadá "deixaria de existir como um país viável" sem o apoio econômico dos EUA. A informação é do jornalista Jamil Chade, em sua coluna no UOL.
"Nós pagamos centenas de bilhões de dólares para SUBSIDIAR o Canadá. Por quê? Não há motivo", escreveu Trump. "Não precisamos de nada do que eles têm. Temos energia ilimitada, deveríamos fabricar nossos próprios carros e temos mais madeira serrada do que jamais poderemos usar. Sem esse subsídio maciço, o Canadá deixa de existir como um país viável. É duro, mas é verdade! Portanto, o Canadá deve se tornar nosso querido 51º Estado", acrescentou.
A declaração ocorre depois que, no sábado, Trump anunciou tarifas de 25% sobre todos os produtos canadenses e mexicanos, exceto no setor de energia, onde a taxa é de 10%. Para produtos chineses, a tarifa aplicada será de 10%.
Horas depois, o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, anunciou medidas de retaliação, impondo uma tarifa de 25% sobre produtos americanos, com foco em estados governados por republicanos. Trudeau também prometeu novas ações caso Washington endurecesse as restrições comerciais.
Em um discurso emocionado, o premiê canadense recordou a história de aliança entre os dois países. "Fizemos o luto ao lado de vocês", declarou, relembrando momentos de cooperação durante guerras e desastres naturais.
Inflação e impacto econômico
Apesar de reforçar a ideia de anexar o Canadá, Trump reconheceu que sua política tarifária pode trazer impactos negativos para os americanos. "Haverá alguma dor? Sim, talvez (e talvez não!)", escreveu. "Mas faremos com que os Estados Unidos voltem a ser grandes, e tudo isso valerá o preço a ser pago", afirmou.
A preocupação principal entre especialistas é que a imposição de tarifas possa elevar a inflação nos EUA, já que o Canadá abastece 60% do mercado americano de petróleo. Uma barreira comercial imediata poderia aumentar os custos energéticos e impactar o custo de vida, uma das principais bandeiras de Trump durante a campanha.
Na sexta-feira, o presidente negou que as tarifas afetariam a inflação, sem apresentar evidências concretas para sustentar sua afirmação. Entretanto, estudos realizados em 2018, quando ele iniciou uma guerra comercial com a China, indicam que quase a totalidade dos custos adicionais gerados pelas tarifas foi repassada ao consumidor final. De acordo com a Tax Foundation, os impostos de importação devem custar aos americanos cerca de US$ 860 bilhões por ano.
A escalada de tensão entre EUA e Canadá adiciona mais um capítulo de incertezas ao cenário econômico global, com possíveis impactos no comércio e no custo de vida dos dois países. A resposta de Trudeau e o desdobramento da disputa tarifária seguirão como pontos centrais na relação entre as duas nações.
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