'Quero continuar presidente. Não dá para dar um golpe, não?', diz Bolsonaro, sem saber que era gravado
Comentário foi feito ao presidente paraguaio sobre o golpe de Estado contra Evo Morales, na Bolívia, em meio à reunião plenária de presidentes do Mercosul, em Bento Gonçalves (RS). “Quero continuar presidente. Não dá para dar um golpe, não? Tudo quando eles perdem, dizem que é golpe. É impressionante, né?”
247 - Sem saber que seu áudio ainda era captado pelos microfones, Jair Bolsonaro criticou as crises políticas e sociais, que resultaram em protestos em diversos países da América do Sul, durante reunião plenária de presidentes do Mercosul, realizada no município de Bento Gonçalves, Rio Grande do Sul.
Em um áudio captado pela Rádio Guaíba, Bolsonaro diz ao presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, que "tudo que eles perdem eles dizem que é golpe" e em tom irônico questionou se não era possível aplicar um golpe para continuar na presidência.
“Quero continuar presidente. Não dá para dar um golpe, não? Tudo quando eles perdem, dizem que é golpe. É impressionante, né?”, disse.
A declaração de Bolsonaro aconteceu pouco após a chanceler do governo de Jeanine Áñez, que se autoproclamou presidente da Bolívia, afirmar que não se pode falar em um golpe no país porque “a Assembleia Legislativa continua funcionando, não houve interrupção e acaba se ser aprovada a lei de convocatória de eleições”.
A fala foi alvo de críticas da vice-presidente do Uruguai, Lucia Topolansky, que afirmou que a Bolívia sofreu uma “ruptura institucional”. “Nas democracias não existem atalhos”, ressaltou ela. Já Bolsonaro, comemorou o governo sem votos de Jeanine Áñez e disse que “a Bolívia certamente em breve estará entre nós no Mercosul”.
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