Ucrânia concentra tropas na fronteira, Otan manda mais caças e navios para região e guerra está por um fio
"O caráter dessa concentração indica a preparação para ações ofensivas e, realmente, tal ameaça existe atualmente", afirmou o porta-voz russo, Dmitry Peskov
Sputnik - Kiev está concentrando muitas forças e equipamento militar na linha de contato em Donbass, o que indica a preparação de ações ofensivas, disse o porta-voz presidencial russo, Dmitry Peskov, na segunda-feira (24).
"Realmente, as autoridades ucranianas estão concentrando uma enorme quantidade de forças e equipamento na fronteira com as repúblicas autoproclamadas, na linha de contato. Realmente, o caráter dessa concentração indica a preparação para ações ofensivas e, realmente, tal ameaça existe atualmente", declarou Peskov.
Hoje, segunda-feira (24), houve relatos de que a Otan está aumentando sua presença no Leste Europeu devido à situação em torno da Ucrânia, e também está colocando suas forças em alerta.
"Tais ações da Otan e o aumento de atividade da Aliança Atlântica nas proximidades de nossas fronteiras não podem ser ignoradas pelos nossos militares, que são responsáveis pela segurança de nosso país."
Ao responder à questão se o começo dos exercícios no mar Báltico foram uma resposta recíproca ao deslocamento das tropas adicionais da Otan para a região, o porta-voz afirmou: "Há um processo contínuo de exercícios, manobras, construção militar que nunca parou e vai continuar".
Segundo o porta-voz, a escalada em torno da Ucrânia não acontece por ações da Rússia, mas sim pela "histeria informacional" e também pelas ações do bloco e dos EUA. Conforme suas palavras, a situação "é enquadrada por enorme quantidade de informação falsa".
"Houve uma rodada de histeria. Mas ao final tudo isso acabou com recomendações do Departamento de Estado. No tocante às ações concretas, nós vemos as declarações publicadas pela Aliança Atlântica sobre o aumento do contingente e concentração de forças e equipamento para o flanco leste. Tudo isso resulta em aumento de tensão", ponderou.
Ele ressaltou mais uma vez que tudo isso não se desenvolve devido à atividade russa, mas pelo que "faz a Otan, Estados Unidos, e devido à informação que eles espalham".
Além do mais, ele constatou que a entrega de cada unidade de armamento para a Ucrânia inspira mais uma vez as "cabeças quentes" em Kiev para o início da operação militar em Donbass.
Mas o presidente Vladimir Putin está tomando medidas ante a crise, afirmou Peskov.
"O chefe de nosso Estado, como comandante supremo e como a pessoa que determina a política externa de nosso país, ele está tomando as medidas necessárias para que nossa segurança seja mantida no nível adequado, para que nossos interesses sejam assegurados."
O porta-voz relembrou também que foi a Rússia quem tomou a iniciativa das negociações sobre segurança. O Kremlin está preocupado com a situação em Donbass e quer que todos exortem Kiev a nem sequer pensar na possibilidade de resolver o conflito pela força, acentuou Dmitry Peskov.
Sputnik - Comunicado divulgado pelo bloco nesta segunda-feira (24) informa que os países aliados estão de prontidão e vão enviar mais navios e caças para a região.
No comunicado, a OTAN informou que a Dinamarca está enviando fragatas para a região do Báltico e também está preparada para enviar caças F-16 à Lituânia. A Espanha também está fortalecendo a força naval da OTAN e a Holanda confirmou a chegada de aeronaves F-35 na Bulgária em abril.
"Agradeço aos aliados que contribuem com forças adicionais para a OTAN. A OTAN vai continuar tomando todas as medidas necessárias para proteger e defender todos os aliados, inclusive reforçando a parte oriental da Aliança. Vamos sempre responder a qualquer deterioração do nosso ambiente de segurança, inclusive por meio do fortalecimento da nossa defesa coletiva", disse o secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg.
França e Estados Unidos se disponibilizaram para enviar forças para a OTAN, mas ainda não deram detalhes de quando nem onde.
A publicação divulgada pela OTAN termina explicando que o aumento das forças da aliança no Leste Europeu aconteceu em decorrência da "anexação da Crimeia pela Rússia" (reunificação da Crimeia à Rússia em resultado do referendo) em 2014. O bloco reforçou a presença da OTAN na região para deixar claro que um ataque a um aliado significa um ataque à OTAN.
Também nesta segunda-feira (24), o vice-ministro da Defesa, coronel-general Andrei Kartapolov, disse que vai "responder apropriadamente" caso os Estados Unidos enviem mais tropas para o Leste Europeu, segundo informações da Reuters.
O comentário foi em resposta a uma reportagem do The New York Times informando que o presidente Joe Biden cogitava enviar milhares de tropas para aliados da OTAN por conta das tensões envolvendo a situação na Ucrânia.
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