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    Um dos acusados do caso MH17 é detido na Rússia

    Ígor Strelkov atuou como ministro da Defesa da República Popular de Donetsk em 2014

    Ígor Strelkov (Foto: Sputnik)

    (Sputnik) - O ex-ministro da Defesa da República Popular de Donetsk (RPD), Ígor Strelkov (Guirkin), considerado culpado pela justiça europeia pelo abate do voo MH17 em 2014 sobre a Ucrânia, que resultou na morte de 298 passageiros, foi detido nesta sexta-feira (21) na Rússia, informou seu advogado, Alexandr Mólojov.

    "De fato, ele foi detido. Ainda não vi os documentos, mas supomos que ele está sendo acusado com base no artigo 282 do Código Penal Russo, instigação ao ódio ou hostilidade, bem como ofensa à dignidade humana", disse o advogado.

    Mólojov acrescentou que, atualmente, Guirkin - que também era o líder das milícias de Donetsk - está sendo procurado para que possa receber assistência legal. Pouco antes, sua esposa, Miroslava Reguínskaya, informou no canal do Telegram de Guirkin que seu marido havia sido detido em sua própria casa por funcionários do Comitê de Investigação da Rússia e levado para um local desconhecido.

    Reguínskaya descobriu que seu marido está sendo acusado com base no artigo mencionado pelo advogado Mólojov. As autoridades de segurança ainda não comentaram a situação.

    Ígor Guirkin, que atuou como ministro da Defesa da RPD em 2014, foi um dos participantes mais ativos dos combates no leste da Ucrânia, que ocorreram após o golpe de Estado ocorrido em Kiev em fevereiro do mesmo ano.

    O voo de passageiros MH17 da Malaysian Airlines de Amsterdã para Kuala Lumpur caiu na zona de conflito de Donbas em 17 de julho de 2014. Todos os 298 passageiros, a maioria cidadãos holandeses e membros da tripulação a bordo, morreram.

    Em 2016, a Equipe de Investigação Conjunta internacional liderada pelos holandeses, que não inclui a Rússia, concluiu que a aeronave foi atingida por um míssil Buk de fabricação russa que foi trazido para a área de Donbass controlada por combatentes da independência da Rússia. Moscou argumentou que o míssil Buk pertencia à Ucrânia e foi lançado do território controlado por Kiev.

    Em 17 de novembro de 2022, o tribunal de Haia considerou dois cidadãos russos, Igor Girkin e Sergei Dubinsky, e um cidadão ucraniano, Leonid Kharchenko, culpados de derrubar o voo MH17 e os condenou à prisão perpétua à revelia. Eles também terão que pagar 16 milhões de euros (US$ 16,6 milhões) em danos às famílias das vítimas. O quarto réu, o cidadão russo Oleg Pulatov, foi absolvido das acusações. O tribunal de Haia não vinculou diretamente o uso do sistema de defesa aérea Buk que levou à queda do avião a Moscou, mas disse que a Rússia controlava a região onde o incidente aconteceu na época. A Rússia criticou a decisão como política e tendenciosa.

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