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    Violenta repressão atinge partido de esquerda sul-coreano

    A Coreia do Sul reprime comunistas e demais forças de esquerda

    Protesto em Seul (Foto: Reuters)

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    Por Gabriel Gonçalves Martinez, de Pequim - No dia 30 de agosto, em Seul, agentes da Divisão de Investigação de Segurança Nacional da Agência de Polícia Metropolitana iniciaram uma operação destinada a invadir os escritórios e residências de membros do Partido Democracia Popular (PDP), organização de esquerda e comunista que atua na Coreia do Sul.

    O PDP foi fundado em 12 de julho de 2016, sendo uma organização bastante ativa na defesa de bandeiras patrióticas e anti-imperialistas. O partido condena com veemência a presença de soldados norte-americanos na Península Coreana e lidera inúmeras campanhas de solidariedade ao povo palestino contra a guerra promovida pelo regime sionista de Israel, além de ser uma força ativa na denúncia do regime ucraniano.

    A Coreia do Sul, ao contrário do que talvez sugira a enorme propaganda cultural realizada ao longo dos últimos anos, com a popularização de seus filmes, músicas e seriados, é um país que possui um histórico bastante complicado quando o assunto é respeito aos direitos democráticos do povo. Durante décadas, o país viveu sob diferentes regimes ditatoriais e se converteu em um regime liberal apenas em 1988.

    Contudo, a “democracia liberal” vigente na Coreia do Sul não se aplica aos partidos de esquerda e aos movimentos que lutam pelos direitos dos trabalhadores. Até os dias atuais, vigora na Coreia do Sul a chamada “Lei de Segurança Nacional”, uma lei draconiana que proíbe os cidadãos do país de manifestar qualquer tipo de simpatia a propostas como “reunificação da pátria” e “socialismo”. Os “violadores” desta lei frequentemente são acusados de “colaborarem com o Norte” e de conspirarem para derrubar de maneira violenta o Estado vigente.

    Foi precisamente sob esse pretexto que os esbirros sul-coreanos invadiram, no último dia 30 de agosto, os escritórios do PDP. De acordo com declaração publicada pelo partido: "As autoridades de segurança pública fizeram acusações ridículas, ligando o PDP à Aliança Coreana pela Reunificação Independente e Democracia (Aliança Coreana), que foi dissolvida há oito anos, não existe mais e possui um propósito e composição organizacional completamente diferentes, e detiveram violentamente membros do partido que não estavam nomeados no mandado durante a busca, cometendo abusos totalmente ilegais e contrários aos direitos humanos."

    O atual presidente do país, Yoon Suk-yeol, fez uma recente declaração dizendo que: “Forças anti-Estado que ameaçam nosso sistema democrático liberal estão operando secretamente em toda a nossa sociedade”.

    Frente a esse grave atentado de violação dos direitos democráticos do povo, o PDP alertou o atual mandatário sul-coreano, relembrando que: "Fascistas anteriores na República da Coreia encontraram seu fim por meio de assassinato, impeachment ou prisão. Sem dúvida, Yoon Suk-yeol, a causa da guerra da ‘República da Coreia’ e provocador do Pacífico Ocidental, encontrará o fim mais terrível e miserável de qualquer fascista, e nosso povo fará com que isso aconteça. O precedente do regime fascista de Park Geun-hye, que cavou sua própria cova ao reprimir partidos políticos e organizações sociais, prova que a queda de Yoon Suk-yeol está próxima. Onde há opressão, há resistência."

    Em solidariedade ao PDP e aos seus membros presos, diversos partidos comunistas e organizações de esquerda de outros países emitiram notas e organizaram manifestações em frente às embaixadas da Coreia do Sul. No recém-realizado “Congresso Mundial Contra o Fascismo”, em Caracas, membros do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) e do Novo Partido Comunista da Iugoslávia realizaram manifestações com os dizeres: "Pare com a repressão fascista ao PDP!" , "Condenemos o governo fascista de Yoon Suk-yeol" e "Abolição da Lei de Segurança Nacional".

    Com informações de https://wap21.org

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