Champ e Major. Os novos Primeiros-Cachorros da Casa Branca
Joe Biden, o 46º presidente dos Estados Unidos, levará ao Salão Oval os seus dois cães. A parte Donald Trump – que não tem nenhum bicho de estimação -, quase todos os seus predecessores tinham animais em casa. E não apenas domésticos. Na residência oficial da presidência norte-americana já habitaram, além de cães e gatos, cavalos e pássaros e até ursos, um tigre e vários crocodilos. Sem falar no galo de uma perna só do presidente Roosevelt.
Por: Luis Pellegrini
Donald Trump foi exceção em vários aspectos do modelo tradicional da presidência norte-americana. Ele é o comandante-chefe mais antigo do país, o mais rico e o único na história sem qualquer experiência governamental ou militar. Ele é um dos apenas dois presidentes desde 1888 a vencer uma eleição sem ganhar o voto popular. E por último, mas não menos importante, ele é o primeiro presidente sem animal de estimação em quase 150 anos.
Joe Biden com o pastor Major, e sua esposa Jill com o pastor Champ
O último líder sem animais de estimação na história americana foi Andrew Johnson, que deixou o cargo em 1869 e é mais conhecido por ser um dos dois únicos presidentes que sofreram processo de impeachment (o outro, Bill Clinton, tinha um cachorro e um gato). De acordo com o Museu Presidencial dos Animais de Estimação, a Casa Branca já abrigou mais de 300 animais, que vão desde dezenas de cães, cavalos e pássaros até um ou outro urso, tigre e crocodilo. Theodore Roosevelt, que era conservacionista, tinha, de longe, o zoológico mais impressionante: enquanto estava no cargo, ele cuidou de cerca de 50 animais, incluindo um texugo, uma coruja de celeiro e um galo de uma perna só.
Major, mais jovem, está sempre pronto a brincar
Os novos Primeiros-Cachorros
Joe Biden certamente conhece a histórica frase de Harry Truman (o 33º presidente, de 1945 a 1953), que dizia: “Se você quer ter um amigo em Washington, arranje um cachorro”. Truman tinha três cachorros, e seu exemplo foi seguido por quase todos os presidentes norte-americanos, com exceção de três: o 11º, James K. Polk (1845 – 1849; o 17º, Andrew Johnson (1865-1869); e o 45º, Donald Trump.
Mas agora, tudo voltará a ser como nos velhos tempos: Joe Biden e Jill, a Primeira Dama, são conhecidos por seu amor aos animais e por suas preocupações com o meio ambiente. Em janeiro, entrarão na residência presidencial com seus dois esplêndidos pastores alemães, Champ e Major, já devidamente adestrados para levar uma vida de Primeiros Cachorros (lindos e bem-comportados nos aviões, no carro do presidente, na presença de fotógrafos, etc). Champ, 12 anos, foi comprado em um canil especializado nessa raça quando Biden foi eleito vice-presidente com Barack Obama (em 2009); Major, adotado em 2018, será o primeiro Primeiro-Cachorro a passar de uma jaula em abrigo para cães abandonados diretamente ao Salão Oval. Esses animais são tão importantes para Joe e Jill que foram inclusive objeto de promessa eleitoral: “Levaremos os cães de volta à Casa Branca”, afirmou várias vezes o candidato democrata a seus eleitores. Promessa é dívida.
Com Champ à frente.
Bestiário presidencial
Quase todos os presidentes dos Estados Unidos tiveram pelo menos um amigo de quatro patas: o número dos cães vence o dos gatos, mas os dos pássaros e cavalos também são altos. Certamente, nesse ranking bestial, o recorde é o de Theodore Roosevelt (1933-1945): o presidente, de fato, possuía uma espécie de pequeno zoológico que incluía um urso preto, chamado Jonathan Edwards, e até a hiena Bill.
Aqui está Socks, o gato de Bill Clinton (1993-2001) que chegou à Casa Branca em 1993.
Entre outras curiosidades, destacam-se as duas cabras Nanny e Nanko, um presente muito bem-vindo aos filhos do presidente Lincoln (1861-1865). Se a presença na classificação dos cavalos pode ser explicada – especialmente no século 19 – pela difusão e utilização que deles se faz – a de outros animais “exóticos” é menos compreensível.
Esses foram principalmente presentes feitos ao Presidente dos Estados Unidos: como os dois filhotes de ursos pardos que Thomas Jefferson (1801-1809), recebeu do Capitão Zebulon Pike em 1807 (e que, uma vez crescidos, tornaram-se incontroláveis ??e foram levados para o Museu Charles Peale), ou como Ofélia, uma vaca Longhorn (uma raça de gado do Texas) criada na fazenda de George W. Bush (2001-2009).
Também havia crocodilos no jardim da Casa Branca. O que John Quincy Adams (1825-1829) recebeu do Marquês de Lafayette, o general francês que lutou ao lado de George Washington, e os (dois) de Allan, o filho mais novo de Herbert Hoover (1929- 1933).
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