O mundo pós-covid. Nossa vida poderá mudar por completo
As ameaças do pós-covid foram examinadas por 347 analistas convocados pelo Fórum Econômico Mundial: recessão, desocupação e aumento das desigualdades sociais encabeçam a lista de preocupações dos especialistas. Mas os efeitos da pandemia atingirão todas as áreas, e são muito preocupantes.
Por: Equipe Oásis
No atual momento, a imensa maioria dos países luta para emergir da profunda crise sanitária provocada pela pandemia da covid-19. Ao mesmo tempo, já podem ser observados os primeiros sinais daquela que (segundo os especialistas) poderá ser a maior recessão econômica desde o final da Segunda Grande Guerra. E o que parece evidente é que a pandemia não se limitará a influenciar o panorama econômica global, mas irá golpear também diversos outros setores das sociedades. Uma pesquisa feita pelo Fórum Econômico Mundial (http://www3.weforum.org/docs/WEF_COVID_19_Risks_Outlook_Special_Edition_Pages.pdf) analisa os principais riscos previstos para o pós-covid nos próximos 18 meses, definidos como “condições ou eventos de incerteza com impacto potencialmente negativo sobre diversos países, indústria e atividades empresariais”. O estudo divide essas condições de risco em cinco categorias principais: economia, sociedade, geopolítica, tecnologia e meio ambiente.
Economia. A crise econômica é sem dúvida a maior dentre todas as preocupações dos analistas. Entre os riscos mais prováveis, o primeiro é o de uma recessão econômica prolongada, caracterizada por um aumento substancial da pobreza global. 56.8% dos especialistas temem a falência de muitas empresas, com consequentes altos níveis de desemprego, sobretudo para os trabalhadores mais jovens.
Sociedade. 30,8% dos especialistas consultados consideram muito provável que no próximo outono, no Hemisfério Norte, ocorra uma segunda onda de contágio do corona vírus. 23,3% considera provável que, para enfrentar as novas emergências, os governos tomem medidas drásticas de privação das liberdades civis, ou que, pelo menos, lancem campanhas veementes de reeducação popular. 21,3% dos especialistas consultados consideram que haverá aumento das desigualdades sociais, e 18,4% acredita que ocorrerá uma queda vertical do nível de confiança dos cidadãos em relação aos seus próprios líderes governantes.
Geopolítica. Quase a metade dos especialistas teme que as restrições aos movimentos internacionais de bens e de pessoas se tornem mais duros. Com efeito, já para este ano de 2020 se prevê uma queda de 13 a 32% do comércio internacional, e de 30 a 40% dos investimentos diretos exteriores. Cerca de 20% dos analistas teme além disso que a crise humanitária se aprofundará por causa da redução dos auxílios aos países mais pobres.
Tecnologia. 37,8% dos especialistas entrevistados temem possíveis ataques informáticos e furtos de dados e informações sensíveis, por causa do aumento do teletrabalho e do homework. A tecnologia, que no mundo todo salvou o emprego de milhões de pessoas, pode agora voltar-se contra nós: um quarto dos analistas consultados acredita que o trabalho de muitos funcionários possa ser substituído por processos cada vez mais automatizados, com um consequente aumento da desocupação e do desemprego.
Ambiente. Na classificação dos grandes riscos do momento atual figura também a crise das mudanças climáticas: o maior temor dos analistas é que os governos, preocupados com a situação econômica global e com o preço do petróleo estavelmente baixo, abandonem as políticas ambientais e deixem de investir em energias alternativas. A queda nos níveis de emissão de poluentes atmosféricos, observada em todos os países que instituíram o lockdown, já está deixando de existir, e a retomada das atividades poderá ter um efeito poluidor muito negativo sobre o planeta.
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