Jovem Pan anuncia ação judicial contra manipulador da Wikipédia que carimbou veículos como “não confiáveis”
Rodrigo Padula cria páginas de propaganda para empresas e para o político Ciro Gomes
247 - A Jovem Pan, incluída na lista de veículos de imprensa considerados “fontes não confiáveis” dentro da Wikipédia, pretende tomar as medidas judiciais cabíveis sobre o caso. A informação foi noticiada em reportagem da Piauí publicada nesta segunda-feira (4), assinada por Bernardo Esteves, que lembra a trajetória negacionista recente do veículo, especialmente na pandemia, e informa que o responsável por incluí-lo na discussão sobre fontes não confiáveis foi Rodrigo Padula, que “edita a Wikipédia há mais de 15 anos”.
A matéria, no entanto, omite que Padula - que teve papel influente dentro da plataforma na discussão pela inclusão de sites progressistas também nesta lista, como Brasil 247, DCM e Revista Fórum, alegando enviesamento ideológico e divulgação de fake news - tem um comportamento de militante político em favor de Ciro Gomes em suas redes sociais e editou páginas de propaganda para o setor privado - como a Lu da Magalu e o empresário Fred Trajano - e criou um verbete para o livro do pré-candidato do PDT, o que fere os princípios da plataforma.
A Piauí - mantida pelo rendimento das aplicações financeiras de um dos homens mais ricos do Brasil: João Moreira Salles - descreve a Jovem Pan como “a emissora para a qual o presidente Jair Bolsonaro deu mais entrevistas exclusivas desde o início do mandato (foram duas num único dia em janeiro deste ano). No programa Os Pingos nos Is, a Jovem Pan deu visibilidade aos argumentos do agrônomo Evaristo de Miranda, o ideólogo da política ambiental do governo Bolsonaro, recentemente denunciado por cientistas brasileiros por fabricar falsas controvérsias com o objetivo de afrouxar a legislação ambiental. Durante a pandemia, comentaristas e convidados da emissora questionaram a eficácia das vacinas e das medidas de distanciamento social – a equipe de apresentadores e analistas do grupo Jovem Pan inclui nomes como Adrilles Jorge, Alexandre Garcia, Ana Paula Henkel, Augusto Nunes, Caio Coppolla, Guilherme Fiuza e Ricardo Salles, ex-ministro do Meio Ambiente”.
E destaca que “Padula fundamentou sua proposta com base nos ‘posicionamentos completamente parciais, negacionismo de todos os tipos, desinformação e campanhas antivacina com diversos programas e comentaristas diariamente jogando contra a saúde da população e a democracia brasileira’ [da emissora]”.
Se a Jovem Pan apresentaria motivos para ser classificada desta forma pela Wikipédia, segundo a matéria, os demais veículos, como o 247, não tem motivos expostos nem exemplificados, sejam ideológicos ou de publicação de desinformação. Para embasar sua argumentação, na plataforma, de que esses veículos também deveriam ser incluídos, em janeiro deste ano, Padula citou uma relação de fontes. Entre elas, a de um site chamado Todoscomciro.com.
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