Criptomoedas na América Latina: O avanço do Bitcoin em economias voláteis
América Latina tem criado um ambiante perfeito para a adoção do Bitcoin e de outras criptomoedas.
Mesmo enfrentando um período marcado por incertezas econômicas e inflação galopante, a América Latina tem criado um ambiante perfeito para a adoção do Bitcoin e de outras criptomoedas. Com economias oscilantes e moedas nacionais desvalorizando rapidamente, a população latino-americana está cada vez mais recorrendo às moedas digitais para manter o poder de compra, realizar transações seguras e proteger suas economias da inflação.
Na Argentina e na Venezuela, por exemplo, a inflação alcançou níveis estratosféricos, tornando as moedas locais menos confiáveis para transações do dia a dia. O Bitcoin, por outro lado, oferece uma alternativa viável devido à sua natureza descentralizada e resistente à inflação. Em 2023, a Argentina registrou o primeiro contrato de arrendamento pago em Bitcoin, um acontecimento que demonstra o aumento da confiança na criptomoeda como um refúgio seguro contra a instabilidade econômica.
As criptomoedas estão cada vez mais inseridas na sociedade. Indo desde pagamento cotidianos até compras e contratação de serviços de entretenimento. A indústria do jogo, por exemplo, que tem crescido bastante no Brasil, abraçou amplamente as moedas digitais. Atualmente é possível jogar no cassino com criptmoedas, com plataformas de jogo online seguras disponíveis no país. Mais do que uma forma de mover dinheiro de um lado a outro, os ativos digitais estão se integrando no sistema financeiro.
O Brasil ocupa a 6ª posição mundial em número de proprietários de criptoativos, o que mostra a adoção prática das criptomoedas no país. Segundo dados da empresa Triple-A, até o fim de 2023, aproximadamente 26 milhões de brasileiros possuíam criptomoedas, o que representa cerca de 12% da população total. Chicão Bulhões, secretário de Desenvolvimento Econômico, Inovação e Simplificação da Prefeitura do Rio de Janeiro, destaca o potencial deflacionário de certos criptoativos como uma ferramenta útil contra a alta persistente dos preços na economia brasileira.
Mas o Bitcoin não apenas oferece proteção contra a inflação, também promove inclusão financeira. Segundo o Banco Mundial, apenas 51% dos latino-americanos têm acesso a serviços bancários tradicionais. As criptomoedas, acessíveis via internet, servem como uma ponte para essa inclusão, permitindo que indivíduos e pequenas empresas que anteriormente não tinham acesso a serviços financeiros básicos, agora participem da economia global digital. No Brasil, 14% dos cidadãos economicamente ativos estão fora do sistema bancário tradicional.
Além disso, as tarifas bancárias na América Latina estão entre as mais altas do mundo. Um estudo realizado pelo Banco de Pagamentos Internacionais revelou que as taxas de serviços financeiros na região podem alcançar até 4% do PIB, com as tarifas de cartões de crédito absorvendo a maior parte desse valor. A adoção de criptomoedas pode reduzir bastante esses custos, já que as transações com tokens são geralmente mais baratas quando comparadas às taxas bancárias tradicionais.
Outro setor muito impactado pelo Bitcoin e outros ativos na América Latina é o das remessas. Em países como El Salvador, as remessas representam uma parte importante da economia. Com as altcoins, é possível enviar e receber dinheiro internacionalmente com taxas mais baixas e sem os limites impostos pelos bancos tradicionais. Isso não só beneficia aqueles que enviam o dinheiro, mas também as famílias que dependem desses recursos para seu sustento diário.
No entanto, para que o Bitcoin continue a expandir seu papel na América Latina, é essencial que haja uma maior educação financeira sobre criptomoedas. No Brasil, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e a Associação Brasileira de Criptoeconomia (ABCripto) firmaram uma parceria para desenvolver ações de educação financeira destinadas a investidores de criptomoedas. Essas iniciativas focam em proporcionar um entendimento mais amplo sobre as aplicações da criptoeconomia e as finanças descentralizadas (DeFi), visando também combater fraudes e promover um ambiente mais seguro para o uso de criptoativos.
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