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Tecnologia de ponta no país combate desperdício de água potável no Rio de Janeiro

Neste Dia do Meio Ambiente, conheça iniciativas que podem ajudar na segurança hídrica da população

Centro de Operações Integradas (COI) da Águas do Rio (Foto: Divulgação)

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O Brasil desperdiça quase 40% da água distribuída pela rede pública, segundo levantamento do Instituto Trata Brasil. Ou seja, a cada 100 litros de água captada da natureza e tratada para se tornar potável, cerca de 40 litros se perdem por conta de vazamento nas redes, fraudes, “gatos”, erros de leitura dos hidrômetros e outros problemas. No país que concentra 13% dos reservatórios hídricos do mundo, 15% da população, ou cerca de 30 milhões de brasileiros, ainda não têm acesso à água tratada. 

Os dados do estudo “Perdas De Água 2024: Desafios para Disponibilidade Hídrica e Avanço da Eficiência do Saneamento Básico no Brasil”, que tem 2022 como ano base, revelam que a regiões Norte e Nordeste lideram as perdas de água no país no processo de distribuição, mas com porcentagens próximas: 46,94% e 46,67%, respectivamente. Na sequência, a região Sul atinge 36,65%, seguida pela região Centro Oeste, com 35,08%. Em último lugar no quesito desperdício de água, encontra-se a região Sudeste, com 33,90%.

Para entender o impacto do controle de perdas, o estudo indica que, considerando-se somente as perdas físicas (vazamentos), o volume (mais de 3,6 bilhões de m³) seria suficiente para abastecer aproximadamente 54 milhões de brasileiros em um ano. Esta quantidade não somente equivale a mais de um quarto da população do país em 2022, como também está bastante acima do número de habitantes sem acesso ao abastecimento de água neste ano, cuja grandeza situa-se em torno de 32 milhões. 

Tal desperdício, para além do impacto ambiental, também é traduzido na economia do país. É possível constatar que existe um potencial de ganhos brutos com a redução de perdas de água de até R$ 40,9 bilhões até 2034, em um dos cenários indicados pelo levantamento, que projetou como base uma redução de 34% no desperdício. 

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Diante de tamanha disparidade, como promover uma gestão eficiente da água? De acordo com a especialista Márcia Barbosa, física, professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e ex-secretária no ministério da Ciência e Tecnologia, ações tecnológicas podem ser o diferencial no combate ao desperdício. “É fundamental monitorar potenciais vazamentos, e hoje já existe tecnologia para se fazer isto em tempo real nas cidades, além de dispositivos que podem igualmente monitorar condomínios” explica Barbosa. "Além disso, é necessário monitorar mensalmente o próprio consumo de água para identificar se há algum vazamento, bem durante a construção de casas ou de edifícios”, acrescenta. Segundo a pesquisadora, outra iniciativa simples é incluir coletores de água da chuva para alimentar serviços que não necessitem de água potável dentro das residências.

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Água potável(Photo: Agência Brasil)

Rio de Janeiro é exemplo em combate às perdas de água

Um exemplo de tecnologia mencionada por Márcia Barbosa para combater o desperdício de água está sendo implantada na cidade do Rio de Janeiro. Na capital carioca, o desperdício de água é ainda pior: em média 65% da água captada e tratada se perde no trajeto até as torneiras. Apenas as perdas por vazamentos na extensa rede de abastecimento sob responsabilidade da concessionária Águas do Rio representam 19 bilhões de litros de água potável por mês, segundo dados da empresa, que já investiu R$ 3,1 bilhões em dois anos e sete meses nas 27 cidades fluminenses onde atua - boa parte desse valor em tecnologia de ponta. Essa quantidade de água desperdiçada seria suficiente para abastecer 4 milhões de pessoas, ou toda a população do estado da Paraíba, por exemplo. Ao longo da próxima década, a concessionária assumiu o compromisso de reduzir esse percentual para 25%. 

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Para alcançar esta meta e reduzir o desperdício de água, a Águas do Rio está instalando novas válvulas inteligentes ao longo da rede da Região Metropolitana do Rio de Janeiro. De acordo com a empresa, as válvulas são responsáveis por separar as tubulações em trechos menores, monitorar o volume de água que passa pelas redes e ajustar automaticamente o fluxo. Os equipamentos se ajustam automaticamente conforme a demanda de água da região e também conseguem identificar padrões de consumo em uma determinada localidade. A instalação das válvulas inteligentes se iniciou em abril, e a previsão da empresa é que 266 válvulas sejam instaladas até novembro de  2024.

Segundo o diretor institucional da Águas do Rio, Sinval Andrade, a medida vai garantir segurança hídrica para a população fluminense. “A alta tecnologia que aplicamos no saneamento do Rio de Janeiro nos dá recursos para gerirmos, de forma cada vez mais precisa, os sistemas de água e esgoto. Essa gestão inteligente ganha importância quando falamos de água, um bem precioso, que hoje é desperdiçado em redes de abastecimento deterioradas”, afirmou. 

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Válvulas inteligentes tornam mais eficiente o fluxo de água potável em redes da Águas do Rio(Photo: Divulgação)

Satélite mapeia vazamentos subterrâneos

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Sinval explica que, além das válvulas inteligentes, o combate ao desperdício de água conta também com a ajuda de um satélite. O equipamento escaneia com precisão o subsolo para onde está apontado. Com softwares inteligentes, ele identifica o que é água potável através do cloro dissolvido na água, que é utilizado nas estações de tratamento, diferenciando, assim, do que é lençol freático, rios subterrâneos ou poços artesianos. A ação é realizada a partir do Centro de Operações Integradas da Águas do Rio, um dos mais modernos do setor de saneamento da América Latina. 

Depois de mapeados os possíveis focos de vazamentos, as equipes operacionais iniciam um trabalho mais preciso com o uso de geofone, equipamento ultrassensível a sons, nos locais indicados pelo satélite. O passo seguinte é reparar ou trocar a tubulação e resolver o problema. “Toda essa  tecnologia nos permite reduzir o impacto na natureza e garantir o abastecimento da população e, principalmente, das próximas gerações”, destacou o gestor.  

Em atendimento ao Marco Legal do Saneamento e ao Contrato de Concessão, a concessionária trabalha para universalizar serviços de água e de esgotamento sanitário até 2033, com previsão de investimento de R$19 bilhões. A Águas do Rio é uma empresa do grupo Aegea, fundada em 2010, que é líder no setor privado de saneamento básico no Brasil, respondendo por quase 60% do saneamento privado no país. Atualmente, são mais de 31 milhões de pessoas atendidas em 507 cidades de 15 estados.

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Técnicos da Águas do Rio usam geofonamento para investigar possível vazamento de água (Photo: Divulgação)

Três bilhões de litros de água por mês já retornaram ao sistema

O esforço em modernizar os sistemas faz parte do investimento total da Águas do Rio. Dessa forma, 3 bilhões de litros de água deixaram de ser desperdiçados por mês, um volume que passou a abastecer cerca de 600 mil pessoas. 

Em Japeri, cidade da Baixada Fluminense com um dos IDHs mais baixos do estado fluminense, o retorno da água antes desperdiçada em vazamentos já fez diferença no bairro Belo Horizonte. A região padeceu durante décadas por causa das torneiras secas e, recentemente, passou por obras de extensão de rede de abastecimento:

“Nasci e cresci aqui, e nós nunca tivemos água de uma rede oficial. Passamos por muitas dificuldades para abastecer nossas casas. Quando eu lembro, bate até uma tristeza, porque tivemos que construir poços, e a água não era boa para consumo. Hoje eu posso respirar aliviada, pois tenho água de qualidade na minha torneira, além de poder ter uma conta com o meu nome e endereço”, comemorou Cristina Oliveira Silva, de 44 anos.

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Cristina Oliveira Silva é moradora de Japeri(Photo: Divulgação)Divulgação

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