Agnelo consegue adiar CPI no Distrito Federal
Em negociao com direito a oferta de cargos, governador consegue excluir seu nome e o de Cachoeira como alvos da investigao sobre os grampos ilegais supostamente feitos pelo seu governo
247 - O governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), conseguiu impedir ontem a criação de uma CPI destinada a investigar grampos ilegais supostamente feitos pelo seu governo. A aclamação de sua inocência e a oferta de cargos ajudaram na negociação.
O diretor do Comitê Ficha Limpa do Distrito Federal e do Movimento Adote Um Distrital, Diego Ramalho Freitas, apresentou na tarde de segunda-feira à Câmara Legislativa do DF um pedido de impeachment contra o governador Agnelo Queiroz (PT), após denúncias de seu suposto envolvimento com a quadrilha comandada pelo contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
Leia na matéria de Lúcio Vaz, da Folha:
Após intensa negociação, o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), conseguiu impedir ontem a criação de uma CPI destinada a investigar grampos ilegais supostamente feitos pelo seu governo.
A oposição vai tentar agora instalar a comissão parlamentar de inquérito na próxima terça-feira.
Até lá, será negociado um novo texto, ampliando o período de investigação.
Em vez de se restringir ao atual governo, a apuração deverá começar a partir de 2002, como exigiu o governador em reuniões com os parlamentares aliados.
Os governistas também exigiram que sejam excluídos do requerimento de criação da comissão os nomes de Agnelo Queiroz, de Carlos Cachoeira e do chefe da Casa Militar, tenente-coronel Rogério Leão, acusado de ser o responsável por quebrar o sigilo de adversários do governador.
Ex-integrantes do governo de Agnelo também são acusados de ter relação com o suposto esquema de Cachoeira.
A sessão para criar a CPI estava marcada para ontem à tarde. Mas uma reunião na residência oficial do governador com os deputados foi estendida até às 17h, exatamente o horário em que a sessão da Câmara Legislativa foi encerrada por falta de quórum.
Agnelo, segundo parlamentares, ofereceu cargos e tentou convencer os aliados de que não houve espionagem.
As articulações haviam começado já na noite de terça, quando o governo foi surpreendido com o apoio consensual de 22 de 24 deputados à CPI proposta pela deputado Celina Leão (PSD), principal liderança da oposição.
O governador recebeu parlamentares no Palácio do Buriti até a madrugada de ontem.
Dentre os motivos identificados pelo governo para a rebelião estão a irritação da maioria dos deputados com o fato de terem sido supostamente espionados por agentes do governo.
Além disso, segundo o governo, o presidente da Câmara Legislativa, Cabo Patrício (PT), aproveitou para dar o troco em Agnelo, depois de ver um afiliado político perder o cargo de comandante-geral da Polícia Militar. Ele alega que não foi ouvido pelo governador.
Na reunião de ontem, Agnelo também manifestou irritação com a decisão de Celina Leão de pedir ao STJ (Superior Tribunal de Justiça) a decretação da sua prisão preventiva sob a argumentação de que ele estaria atrapalhando as investigações.
A assessoria de comunicação do governo afirmou que Agnelo apoia a CPI, desde que o período de investigação seja ampliado.
❗ Se você tem algum posicionamento a acrescentar nesta matéria ou alguma correção a fazer, entre em contato com redacao@brasil247.com.br.
✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no Telegram do 247 e no canal do 247 no WhatsApp.
iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular
Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista: